Ao menos 41 pessoas, incluindo três crianças, morreram no Mediterrâneo após uma embarcação que partiu de Sfax (Tunísia), com 45 migrantes a bordo, naufragou na semana passada, segundo o depoimento de quatro sobreviventes citados nesta quarta-feira, 9, pela ONU na Itália.
Ao menos 41 pessoas, incluindo três crianças, morreram no Mediterrâneo após uma embarcação que partiu de Sfax (Tunísia), com 45 migrantes a bordo, naufragou na semana passada, segundo o depoimento de quatro sobreviventes citados nesta quarta-feira, 9, pela ONU na Itália. A frágil embarcação de sete metros virou devido a uma grande onda, que jogou todos os passageiros no mar. Apenas 15 usavam coletes salva-vidas, mas mesmo assim se afogaram. A tragédia aconteceu na madrugada de sexta-feira, 4, após deixar o porto. “O mar estava muito agitado (…). Embarcar com aquele mar é realmente criminoso. Os traficantes realmente não têm escrúpulos”, denunciou o assessor de imprensa da OIM na Itália, Flavio Di Giacomo. “As embarcações de metal usadas são as mais frágeis que já vi no Mediterrâneo central”, observou. “Os migrantes subsaarianos são obrigados a usar esses barcos ‘low cost’ que quebram após 20 ou 30 horas de navegação”, lamentou.
Em um comunicado conjunto, as agências da ONU para refugiados (ACNUR), para a infância (Unicef) e para a migração (OIM) lamentaram este terrível naufrágio. “Isso demonstra a absoluta falta de escrúpulos dos traficantes que, desta forma, expõem migrantes e refugiados a altíssimos riscos de morte no mar”, denunciaram as três agências da ONU. Eles confirmaram que havia 45 pessoas na embarcação quando afundou. Nenhum dos desaparecidos era parente dos sobreviventes. A Frontex, a agência de fronteira da UE, afirmou que um de seus aviões detectou “um barco à deriva com quatro pessoas a bordo” nas águas da Líbia na manhã de terça-feira e deu o alerta para que fossem resgatados.
Os sobreviventes – um menor desacompanhado de 13 anos, uma mulher e dois homens – foram resgatados por um navio mercante e levados para Lampedusa pela Guarda Costeira italiana, disseram. Originários da Guiné e da Costa do Marfim, eles sobreviveram flutuando em boias à deriva por vários dias e chegaram em bom estado de saúde, disse a Cruz Vermelha italiana, que administra o centro de recepção de migrantes. Segundo Flavio Di Giacomo, as embarcações de metal usadas são as mais frágeis que já vi no Mediterrâneo central, o que faz com que, provavelmente, exista muito mais naufrágios do que sabemos, esse é o meu maior medo. Uma hipótese sustentada pelo grande número de corpos encontrados no mar na rota migratória entre a Tunísia e a Itália. Este acidente se soma a vários naufrágios mortais registrados nos últimos dias após um período de mau tempo.
*Com informações das agências internacionais