Os investimentos chineses no Brasil caíram 78% em 2022, para US$ 1,3 bilhão, o menor valor em 13 anos, segundo estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
Os investimentos chineses no Brasil caíram 78% em 2022, para US$ 1,3 bilhão, o menor valor em 13 anos, segundo estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
A queda dos aportes chineses foi puxada pela não efetivação de alguns projetos de grande porte, principalmente nas áreas de mineração e energia. Em 2022, o volume de investimentos chineses anunciado foi de US$ 4,7 bilhões, mas apenas 27% foi de fato realizado.
Apesar da queda do valor, o número de projetos anunciados no país chegou a 40 no ano passado, segundo maior da série, atrás apenas das 41 iniciativas observadas em 2018.
O setor de eletricidade teve o maior número de projetos, respondendo por 50% dos empreendimentos chineses no Brasil em 2022. Foi seguido por tecnologia da informação (25%), fabricação de veículos automotores (6%), obras de infraestrutura (6%), agricultura e serviços relacionados (6%), fabricação de têxteis (3%) e fabricação de materiais para uso médico e odontológico (3%).
Em valores, o segmento de eletricidade também liderou, com participação de 45%. Em seguida, vieram fabricação de veículos automotores (28%), fabricação de têxteis (11%), agricultura e serviços relacionados (8%), tecnologia da informação (4%) e obras de infraestrutura (3%). Os demais setores tiveram participações inferiores a 3% cada.
Os investimentos estrangeiros no Brasil, porém, foram na contramão dos chineses e cresceram 95% em 2022 na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Banco Central, os aportes chegaram a US$ 90,6 bilhões.
O estudo afirma que a queda no valor dos aportes chineses no Brasil "não necessariamente refletem o desinteresse da China em investir no país, sendo resultado da ausência da efetivação de poucos empreendimentos particularmente volumosos em capital nas áreas de mineração e energia".
"O recorde no número de projetos em 2022 mostrou um renovado entusiasmo, incluindo a entrada de 8 empresas chinesas recém-chegadas ao Brasil e aportes inéditos nas áreas têxtil e de fabricação de materiais para uso médico e odontológico, além de novos empreendimentos em Tecnologia da Informação e veículos eletrificados”, avalia o relatório.