Cerca de 350 camponeses e camponesas, integrantes do Movimento Sem Terra (MST), ocuparam o Palácio Paiaguás, sede do Governo Estadual, em Cuiabá, na tarde desta quinta-feira (31.
Cerca de 350 camponeses e camponesas, integrantes do Movimento Sem Terra (MST), ocuparam o Palácio Paiaguás, sede do Governo Estadual, em Cuiabá, na tarde desta quinta-feira (31.08). Dentre as reivindicações ao governador Mauro Mendes (União) está a construção de políticas públicas agrárias e de prevenção aos despejos em Mato Grosso.
Conforme a organização do manifesto, foi protocolado ofício com pedido de reunião com o governo nesta semana. Apesar da tentativa, o governador Mauro Mendes (União) cumpriu agenda fora de Mato Grosso nesta quinta.
Os trabalhadores rurais estão em Cuiabá em virtude da 3ª Semana de Resistência Camponesa. Desde a segunda-feira (28.09) o grupo está acampado na sede do Incra. As famílias já ocuparam o pátio da Justiça Federal e da Defensoria Pública do Estado do Mato Grosso (DPE). "Todas as ações visam reuniões com as autoridades e a apresentação de pautas", informou a assessoria do movimento.
Conforme nota divulgada à imprensa, as famílias camponesas denunciam, ainda, as declarações em tom de criminalização proferidas pelo governador Mauro Mendes, tais como: "Teremos tolerância zero para qualquer tipo de invasão". Para o grupo, a postura do chefe do executivo não contribui para a resolução dos conflitos agrários, mas pode, sim, aumentar o acirramento no campo.
O Governo do Estado informou, por meio de nota, que respeita a manifestação do Movimento Sem Terra no Palácio Paiaguás, e esclareceu que:
1- Respeita a manifestação, pois é um movimento livre, desde que não haja nenhum ato de violência ou vandalismo;
2- Sobre a demanda de uma agenda com o governador na tarde desta quinta-feira, informa que Mauro Mendes está em viagem, cumprindo agenda em São Paulo;
3- Uma nova data poderá ser marcada com representantes do movimento.
Conflitos no Campo
Conforme o relatório Conflitos no Campo Brasil 2022, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de conflitos no campo aumentou 61% em um ano no estado de Mato Grosso. Essa porcentagem é referente à comparação entre 2022 e 2021. Segundo a pastoral, no ano passado foram registrados 147 conflitos. Em 2021, haviam sido 91 casos.
O estado do Mato Grosso lidera no Centro-Oeste em número de conflitos no campo. Esses quase 150 conflitos impactaram 9.253 famílias, sendo a maior parte delas indígenas, quilombolas, assentados e Sem Terra.