Uma onda de calor intensa é esperada em grande parte do país nos próximos dias. A última semana de inverno do ano trouxe instabilidade para certas regiões, mas, antes da chegada da primavera no próximo sábado (23.09), a previsão é de altas temperaturas, especialmente na parte central do Brasil.
De acordo com a meteorologista Morgana Almeida, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), uma onda de calor acontece quando as temperaturas máximas passam pelo menos 5 graus do que é esperado para o período. Além disso, a intensidade desse aviso emitido pelo instituto, seguindo protocolos internacionais, está relacionado a quanto tempo esse fenômeno vai durar.
A especialista explica que é esperado para esta semana o predomínio de uma massa de ar quente e seco devido a um bloqueio atmosférico, principalmente em altos níveis de atmosfera.
“A gente tem a atmosfera como se fosse uma laranja fatiada em níveis e, lá no nível de cruzeiro dos aviões, temos uma circulação dos ventos que vai impedir a entrada de frentes frias. E toda essa umidade e o calor que desce da região mais equatorial serão aprisionados na porção oeste da América do Sul”, afirma.
A princípio, grande parte do Centro-Oeste será impactada condição, como os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Parte da região Norte e um pedaço do Nordeste também serão afetados.
Mais para o final desta semana e início da próxima, essa bolha de ar quente e seco vai sofrer uma expansão, com as altas temperaturas atingindo praticamente toda a região central, grande parte do Sudeste, interior do Nordeste — principalmente Maranhão, Piauí e oeste baiano — e sul da região amazônica.
A meteorologista alerta que esta condição pode trazer bastante desconforto para a população, principalmente para as crianças e idosos. “A gente não vai ter um tempo extremamente seco, a princípio, já que a umidade ainda vai estar em níveis relativamente presentes e pode causar uma chuva mais pontual, mas, por ser tão prolongada, pode causar algum dano à população”, destaca.
Além do impacto direto na saúde das pessoas, o calor excessivo também afeta as infraestruturas, como o setor de energia elétrica, já que as pessoas vão demandar mais de ar-condicionado, por exemplo, além de um maior consumo de água. “É toda uma cadeia que é afetada por conta dessa condição”, afirma a especialista.
Por isso, ela indica que as pessoas tomem alguns cuidados nos próximos dias, como:
O final do inverno também trouxe instabilidade no clima de São Paulo, que registrou grande variação de temperatura ao longo das últimas semanas. De acordo com Morgana, o início de setembro registrou maior frequência de frentes frias, o que fez com que também tivessem mais massas de ar frio. A condição, segundo ela, é propícia para a oscilação entre dias mais quentes e frios, o que é considerado normal para essa época do ano.
“O final do inverno, climatologicamente, tem essa característica, já que estamos saindo de um período mais seco e frio para outro mais chuvoso”, aponta.
A região Sul do país, especialmente o Rio Grande do Sul, passou por mais um ciclone extratropical, que levou a chuvas e ventos intensos. O estado ainda se recupera das destruições causadas pelo fenômeno, que deixaram, segundo último balanço da Defesa Civil divulgado nessa segunda (18), ao menos 48 mortos. No total, 105 municípios foram afetados, 1.088 pessoas ainda estão desabrigadas e 20.988 desalojadas.
A especialista do INMET afirma que a previsão para os próximos dias na região é de uma redução nas chuvas, com mais umidade na região de fronteiras e em áreas mais isoladas.
As temperaturas mais elevadas são esperadas no Paraná, oeste de Santa Catarina e oeste e noroeste do Rio Grande do Sul. O calor deve ficar mais crítico entre o final desta semana e início da próxima no Paraná, na divisa com o Mato Grosso do Sul e Paraguai.
Fonte: Nacional