O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o seu julgamento de fraude financeira, iniciada nesta segunda-feira, 2, em Nova York, como uma farsa.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o seu julgamento de fraude financeira, iniciada nesta segunda-feira, 2, em Nova York, como uma farsa. “Estamos diante de uma procuradora-geral racista que montou um espetáculo de horror”, disse o republicano antes de entrar na audiência. “É uma farsa”, acrescentou. Trump compareceu à Suprema Corte do estado de Nova York sob a qualidade de testemunha. Ele e seus dois filhos – que também compareceram ao tribunal – são acusados de terem inflacionado durante anos o valor dos seus ativos imobiliários. Seu julgamento civil ameaça seus impérios. Lá dentro, Trump disse aos meios de comunicação social que se trata de uma "continuação da caça às bruxas" contra ele, considerou o caso uma farsa e reafirmou a validade das suas demonstrações financeiras sob escrutínio e o valor das suas propriedades.
Se sanções forem impostas, ele pode perder vário empreendimento, incluindo a Trump Tower. Embora não possa ser condenado à prisão por esta acusação, o julgamento será um prelúdio de uma série de processos judiciais que poderão prejudicar a sua campanha pela indicação republicana. Trump é o favorito para concorrer às eleições presidenciais pelo Partido Republicano em 2024. O bilionário é acusado criminalmente em quatro casos diferentes, o que até o momento não afetou sua popularidade entre as bases republicanas.
O julgamento desta segunda assumiu uma importância considerável na semana passada, quando o juiz Arthur Engoron, que o preside, decidiu que a “fraude contínua” foi comprovada e que o gabinete da Procuradoria-Geral do estado de Nova York já tinha provado que Donald Trump e os diretores do seu grupo haviam “supervalorizado” os seus ativos entre US$ 812 milhões e US$ 2,2 bilhões entre 2014 e 2021 (cerca de R$ 2,1 bilhões e R$ 12,2 bilhões nas respectivas cotações da época). Em meio a esse novo julgamento de Trump, a Suprema Corte dos Estados Unidos recusou, nesta segunda, estudar um caso que pedia que o ex-presidente Donald Trump não pudesse voltar a ser candidato devido à sua suposta responsabilidade no ataque ao Capitólio no início de 2021, quando perdeu as eleições para Joe Biden, e do qual de deve comparecer ao tribunal federal de Washington em 4 de março para responder às acusações.
A proposta de deixa Trump inelegível foi apresentado por John Anthony Castro, um desconhecido aspirante a candidato republicano à Presidência, que processou o ex-presidente no início deste ano com base em uma disposição da 14ª Emenda da Constituição. Esta afirma que qualquer funcionário americano que faça um juramento de defender a Constituição dos EUA está desqualificado para ocupar futuros cargos se ele ou ela “participar de uma insurreição ou rebelião ou tiver fornecido ajuda aos rebeldes”. A Suprema Corte decidiu não aceitar a contestação e encerrou o caso sem qualquer comentário ou votação registrada.
Este processo civil contra Donald Trump não está relacionado com os quatro processos criminais enfrentados pelo primeiro ex-presidente na história dos EUA que foi indiciado. Na Geórgia, enfrenta um processo por suposta interferência nas eleições de 2020; em Nova York, o processo por pagamentos irregulares que fez durante a campanha de 2016 para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels por um relacionamento que tiveram no passado. Na Flórida, ele enfrenta a Justiça por ter levado documentos confidenciais para sua mansão em Mar-a-Lago quando deixou a Casa Branca em janeiro de 2021 e, finalmente, deve responder em Washington ao ataque ao Capitólio em 2021, no qual seus apoiadores tentaram interromper o processo legislativo para certificar a vitória de Biden em 2020.
*Com agências internacionais