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Estudo revela registros de obras pré-colombianas na Amazônia em MT

Um estudo publicado na revista Science nesta sexta-feira (06.

Por Comando da Notícia

06/10/2023 às 11:08:40 - Atualizado há

Um estudo publicado na revista Science nesta sexta-feira (06.10) revela que a floresta amazônica pode abrigar mais de 10 mil registros de obras pré-colombianas, construídas antes da chegada dos europeus. A pesquisa, liderada pelos pesquisadores Luiz Aragão e Vinicius Peripato do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), utilizou tecnologia avançada de mapeamento remoto, conhecida como LiDAR, para identificar 24 novos registros arqueológicos em áreas da Amazônia, incluindo o estado do Mato Grosso.

Obras de terra identificadas na paisagem amazônica (Foto: Diego Lourenço Gurgel)

O LiDAR, um sensor a laser embarcado em um avião, permitiu a criação de modelos 3D detalhados da superfície da floresta. Esses modelos foram usados para remover digitalmente a vegetação e investigar o terreno sob a floresta, revelando estruturas antigas anteriormente desconhecidas nos estados do Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas e Pará.

Além disso, a pesquisa indica que dezenas de espécies de árvores na Amazônia estão relacionadas a essas ocupações que datam de 1.500 a 500 anos atrás. Isso desafia a ideia de que a floresta amazônica seja intocada, mostrando evidências significativas da ocupação humana pré-colombiana na região.

“Tempos atrás, os ecólogos viam a Amazônia como a grande floresta intocada, mas agora, combinando outros tipos de vestígios pré-colombianos, podemos perceber como muitos locais que hoje sustentam uma densa floresta já foram submetidos a extensas obras de engenharia e ao cultivo e domesticação de plantas pelas sociedades pré-colombianas. Esses povos dominavam técnicas sofisticadas de manejo da terra e das plantas, em certos casos, ainda presentes nos conhecimentos e práticas dos povos atuais que podem inspirar novas formas de conviver com a floresta sem a necessidade de destruí-la”, disse a pesquisadora Carolina Levis, da Universidade Federal de Santa Catarina, que também integra o estudo.

O estudo, que envolveu 230 pesquisadores de 156 instituições em 24 países, representa um avanço científico e tecnológico nas áreas de arqueologia, ciências ambientais e computação aplicada. Além disso, destaca a importância de proteger os territórios, línguas, culturas e heranças dos povos originários que habitavam a Amazônia antes da chegada dos europeus.

Fonte: PBN Online
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