Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) teriam sido rastreados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o Governo Bolsonaro.
De acordo com um dos investigadores, durante meses, a espionagem eletrônica rastreou “centenas de celulares” de quem frequentava o STF.
Além dos servidores do STF, teriam sido monitorados advogados, policiais, jornalistas e os próprios ministros da Suprema Corte.
A investigação da PF identificou 33 mil acessos da localização telefônica dos mais diversos alvos.
Até o momento, a PF conseguiu levantar apenas cerca de 1,8 mil dos 33 mil supostos acessos ilegais.
A lista inclui um homônimo do ministro do STF Alexandre de Moraes. De acordo com os investigadores da PF, isso reforça a desconfiança de que o ministro tenha sido alvo do esquema ilegal.
Nesta sexta-feira (20), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar se a Abin rastreou celulares de forma ilegal no Governo Bolsonaro.
Ao todo, a PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e 2 de prisão preventiva em 4 Estado: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no DF.
Desenvolvido pela Cognyte, o sistema FirstMile foi adquirido pela Abin ainda no Governo Michel Temer por R$ 5,7 milhões, sem licitação.
O software oferecia à Abin a possibilidade de identificar a localização da área aproximada de aparelhos que utilizam as redes 2G, 3G e 4G.
Os servidores da Abin são investigados por utilizar o sistema secreto de monitoramento para a localização de pessoas entre 2019 e 2021, primeiros anos do Governo Bolsonaro.
De acordo com as investigações da PF, os servidores da Abin teriam invadido a rede de telefonia reiteradas vezes, com a utilização de um sistema de geolocalização adquirido com recursos públicos.