O plantio de soja em Mato Grosso chegou a 70% dos 12 milhões de hectares previstos para esta safra 2023/2024, após um mês de início da semeadura.
O plantio de soja em Mato Grosso chegou a 70% dos 12 milhões de hectares previstos para esta safra 2023/2024, após um mês de início da semeadura. Contudo, esse número é o menor dos últimos 5 anos registrados no Estado, segundo os dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O monitoramento aponta que a média dos últimos 5 anos indica o plantio em 71,65% da área. Já com relação ao ano passado, o recuo é ainda maior, uma vez que, no ano passado, nessa mesma época, 83,45% tinham sido plantados.
De acordo com o Instituto, as regiões nordeste, sudeste e norte são as que têm maior atraso, sendo 48,88%, 51,92% e 66,79%, respectivamente.
A situação, reforça a Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), é preocupante porque as chuvas ainda não se regularizaram e com isso tem produtor começando agora o plantio em sua fazenda. É o que relata o vice-coordenador de Defesa Agrícola, Jorge Diego Giacomelli, sobre a região Sul do Estado.
Em sua propriedade mesmo, pontua Giacomelli, 50% da área foi plantada até que as atividades pararam por 10 dias, por conta da falta de chuvas. A previsão agora é que o plantio seja finalizado neste sábado (28), após algumas ocorrências de chuvas. Mas ainda assim, foi preciso pensar em uma forma de minimizar o problema.
"Colocamos um pouco mais de semente por hectare, prevendo o clima atípico e foi uma decisão assertiva porque muitas sementes não germinaram, algumas germinaram, mas com o calor excessivo e a fata de chuva, houve a degola, e foram perdidas muitas plantas", diz.
O cenário já indica um prejuízo para os produtores, comenta o vice-coordenador. A questão é aguardar para saber qual a dimensão desse prejuízo.
O produtor sinaliza ainda outras preocupações, como os efeitos do plantio realizado dentro do vazio sanitário, após a autorização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
"A nossa preocupação fica também com relação aos plantios feitos dentro do vazio sanitário por conta da autorização do MAPA, 5% do Estado foi semeado nesse período, além das demais lavouras que foram semeadas com bastante atraso com relação a essas, terão dificuldades com o controle do fungo de ferrugem asiática no final desse ciclo”, indica.