A Venezuela realizará um referendo consultivo em 3 de dezembro para obter um mandato popular para anexar a Guiana Esequiba, um território disputado com a Guiana desde 1899, informou a agência EFE.
A Venezuela realizará um referendo consultivo em 3 de dezembro para obter um mandato popular para anexar a Guiana Esequiba, um território disputado com a Guiana desde 1899, informou a agência EFE.
A medida da ditadura de Nicolás Maduro gerou tensões diplomáticas, com declarações diárias de Georgetown e de outros organismos internacionais rejeitando o referendo, que não é vinculativo e não implica, por si só, qualquer mudança real no terreno.
O chavismo defende veementemente que as terras ricas em hidrocarbonetos a oeste do rio Essequibo, que constituem cerca de 75% do território da Guiana, "pertencem" à Venezuela.
A disputa da era colonial atingiu níveis sem precedentes depois que o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) se declarou competente para resolvê-la e a Guiana autorizou a exploração de petróleo na área.
Os mapas da Venezuela mostram a Guiana Esequiba como um "território disputado", por isso as crianças venezuelanas aprendem sobre a disputa desde tenra idade.
Agora, o chavismo pede aos venezuelanos que se comprometam a "opor-se por todos os meios" ao controle da Guiana sobre "um mar a ser delimitado", de acordo com uma das cinco questões do referendo.
Essa questão, bem como as outras quatro, será, muito previsivelmente, respondida afirmativamente por aqueles que participarão nas eleições, nas quais 21 milhões de eleitores serão chamados a votar.
Com todas as instituições envolvidas na promoção do voto "cinco vezes sim", bem como o aparelho político do partido no poder, o resultado é uma conclusão precipitada. A única questão é como o Presidente Nicolás Maduro pretende utilizar o "mandato popular" que apoia a anexação da zona disputada.
A consulta distanciará a Venezuela do seu argumento histórico: o Acordo de Genebra, assinado em 1966, que compromete as partes a procurar uma solução negociada e mutuamente benéfica.
Em qualquer caso, os venezuelanos, que não têm qualquer controlo real sobre este território desde 1899, sentem-se no direito de reivindicá-lo.
A liderança das Forças Armadas Venezuelanas aderiu à campanha política a favor do referendo, causa que os militares também promovem com ações próprias, como a recente construção de uma pista de pouso em área próxima ao território disputado.
A discórdia mantém-se a nível diplomático, com o Presidente guianense, Irfaan Ali, a recusar negociar e a declarar a sua determinação em não ceder "um centímetro" de território.