Equipamento apreendido com um criminoso foi periciado e derrubou todo o bando
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, condenou cinco integrantes do Comando Vermelho que são réus em uma ação penal por tráfico de drogas. O grupo, que atuava na região de Confresa, foi descoberto após a prisão em flagrante de um deles, por conta da perícia feita no celular do suspeito. Outros dois investigados acabaram sendo absolvidos pelo magistrado.
A ação, movida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), aponta que em 13 de outubro de 2021, Mateus Silva Brauna, conhecido como "Boca" e "Genésio", foi preso em flagrante. Dados extraídos de seu celular apontaram que ele era integrante do Comando Vermelho e detalhava as funções e cargos de cada membro da organização criminosa, no tráfico de drogas. A liderança do grupo era feita por um detendo da Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá).
De acordo com as investigações, Mateus ocupava a função de gerente da droga em Confresa. Ele realizava a distribuição dos entorpecentes e prestava conta dos valores e quantidades entregues aos revendedores para seu chefe, identificado como José Carlos Gomes de Lima, o "LG". No aparelho de celular de "Boca" foram encontradas diversas fotos nas quais ele aparece portando armas e fazendo a pesagem de drogas.
Além dos dois, são réus na ação penal Raquel Vieira Souza, Lucas da Silva Brauna, o "Tobinha", Paulo Ricardo da Cruz Silva, o "Frajola", Willian da Costa Ferreira, o "Wilha" e Adaizes Damasceno. Raquel era responsável por guardar a droga, enquanto Lucas, irmão de Mateus, emprestava sua conta bancária para a organização criminosa.
Willian constava na lista de controle de vendas de drogas, tendo ainda em diversas ocasiões solicitado entorpecentes. Por fim, Adaizes foi apontada pelo MP-MT como uma das revendedoras mais influentes da região e responsável pelo comércio ilícito no distrito de Santo Antônio do Fontoura, localizado próximo à Confresa.
Mateus Silva Brauna foi condenado pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, com participação de adolescente, a 10 anos, 3 meses e 20 dias de reclusão, além de um ano de detenção, em regime fechado. Raquel Vieira Souza foi sentenciada a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, mas poderá recorrer em liberdade, com a aplicação de medidas cautelares. Ela terá que fazer recolhimento noturno entre as 22h e 6h, não frequentar lugares inapropriados, nem portar armas, além de estar proibida de ingerir bebidas alcoólicas ou entorpecentes, nem se envolver em nenhum tipo de infração penal.
Lucas da Silva Brauna também foi condenado na ação, tendo a pena afixada em 3 anos e 6 meses de prisão, que será cumprida no regime semiaberto. Ele também terá que cumprir medidas cautelares, semelhantes as que foram determinadas a Raquel Vieira Souza. Willian da Costa Ferreira foi outro réu sentenciado e terá que cumprir 11 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão, em regime fechado. Ele também poderá recorrer em liberdade, com o cumprimento de cautelares.
Adaizes Damasceno também foi alvo de condenação na ação penal, com uma pena de 9 anos e 4 meses de prisão, podendo recorrer em liberdade, com o cumprimento de cautelares. Na decisão, o juiz revogou ainda a prisão preventiva de José Carlos Gomes de Lima e Paulo Ricardo da Cruz Silva, que estava foragido, tendo em vista que ambos foram absolvidos.