O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União) defendeu o projeto de Lei do Governo Mauro Mendes que pretende implementar mais escolas cívico-militares em Mato Grosso.
O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União) defendeu o projeto de Lei do Governo Mauro Mendes que pretende implementar mais escolas cívico-militares em Mato Grosso. O projeto é de viés autoritário, inspirado na ideologia da extrema direita bolsonarista, mas ele acredita que "não há polêmicas sobre a qualidade desse sistema de ensino", segundo afirmou ao site Midianews.
A proposta deve seguir para segunda votação na Assembleia Legislativa apenas no ano que vem, mas ele garantiu que os debates necessários para a implementação já ocorreram.
"Fizemos as mudanças necessárias, deixamos livre que não é só o militar que poderá participar dessas escolas, mas também a Polícia Civil. Não vejo mais polêmica sobre isso. Estamos ampliando e melhorando a nossa educação com a qualidade cívico-militar dentro das escolas", acredita o deputado.
A escola cívico-militar é uma ideia da extrema direita bolsonarista, sustentada pelo mito da superioridade moral dos militares em relação aos civis. Tem apelo popular nesta crença falaciosa de que a falta de qualidade da educação pública pode ser suprida pela disciplina militar.
Transformar a escola civil em "escola-quartel" e estudante em soldado é um sinal claro de que o governo desistiu de uma política de educação pública de respeito à cidadania, de compromisso com valores democráticos, culturais e civis, e não acredita na capacidade dos professores de Mato Grosso de entregar resultados de qualidade.
Se antes tinham apenas policiais militares, agora o projeto incorporou a participação de policiais civis. Isso só interessa às respectivas categorias de não-professores que terão garantido mais um espaço de nomeação e remuneração.
Perguntas que não querem calar
– Para além da disciplina de quartel, qual é a real melhoria da qualidade de ensino que a gestão militarizada entrega para a sociedade?
– Onde falha o modelo atual de educação?
– Quem está fracassando na educação pública de qualidade para o governo Mauro Mendes insistir em convocar os militares para dentro das escolas impondo esta pedagogia fardada?
– O fracasso é dos professores ou do governador?
– O problema é de educação ou segurança pública?
Muitas questões que comprovam que a polêmica está muito distante de terminar, constatando também que, infelizmente, a sociedade de forma geral e importantes instituições da vida civil estão à margem deste debate numa omissão imperdoável.