Javier Milei, o novo presidente da Argentina, afirmou, em seu primeiro discurso como chefe de Estado, neste domingo (10) que o país está começando uma nova era.
Hoje começamos a desfazer o caminho da decadência e começamos a trilhar o caminho da prosperidade. Temos tudo para ser o país que sempre sonhamos. Temos os recursos, temos o povo, temos a criatividade e, mais importante, temos a resiliência para seguir em frente. Hoje voltamos a abraçar as ideias de liberdade, essas ideias resumidas na definição do liberalismo de nosso maior defensor das ideias de liberdade, o professor Alberto Venegas Lynch, que diz que ‘o liberalismo é o respeito irrestrito ao projeto de vida do próximo, com base no princípio de não agressão, em defesa do direito à vida, à liberdade e à propriedade, cujas instituições fundamentais são a propriedade privada, os mercados livres sem intervenção estatal, a livre competição, a divisão do trabalho e a cooperação social’. Nessa frase de 57 palavras está resumida a essência do novo contrato social escolhido pelos argentinos. Esse novo contrato social propõe um país diferente, um país em que o Estado não dirige nossas vidas, mas protege nossos direitos, um país em que quem faz paga. Um país em que quem bloqueia a rua violando os direitos de seus concidadãos não recebe a assistência da sociedade, porque em nossos termos, quem bloqueia não recebe. Mas fora da lei, nada é permitido. Um país que ajuda quem precisa, mas não se deixa extorquir por aqueles que usam aqueles que têm menos para enriquecer a si mesmos. Quanto à classe política argentina, quero dizer que não viemos perseguir ninguém, não viemos ajustar antigas contas nem discutir espaços de poder. Nosso projeto não é um projeto de pagamento de dívidas, nosso projeto é um projeto de país. Não pedimos apoio cego, mas não toleraremos que a hipocrisia, a desonestidade ou a ambição de poder interfiram na mudança que os argentinos escolheram. A todos os líderes políticos, sindicais e empresariais que queiram se juntar à nova Argentina, os recebemos de braços abertos. Assim, não importa de onde vêm, não importa o que fizeram antes, o único que importa é para onde querem ir. Àqueles que querem usar a violência ou a extorsão para aproveitar a mudança, dizemos que estão contra nós. Dizemos que vão encontrar um presidente de convicções inabaláveis que usará todos os recursos do Estado para avançar nas mudanças que nosso país precisa. Não vamos ceder, não vamos retroceder, não nos renderemos. Vamos avançar com as mudanças de que o país precisa, porque estamos certos de que abraçar as ideias de liberdade é a única maneira de sair do buraco em que nos colocaram. Obrigado. O desafio que temos pela frente é titânico, mas a verdadeira força de um povo se mede na forma como enfrenta os desafios quando surgem. E sempre que acreditamos que nossa capacidade de superar esses desafios foi alcançada, olhamos para o céu e lembramos que essa capacidade pode muito bem ser ilimitada. O desafio é enorme. O desafio é enorme, mas o enfrentaremos com convicção, trabalharemos incansavelmente e chegaremos ao destino. Não é por acaso que esta inauguração presidencial ocorre durante a festa de Hanukkah, a festa da luz, pois celebra a verdadeira essência da liberdade. A guerra dos macabeus é o símbolo do triunfo dos fracos sobre os poderosos, dos poucos sobre os muitos, da luz sobre a escuridão e, acima de tudo, da verdade sobre a mentira, porque vocês sabem que prefiro dizer uma verdade desconfortável a uma mentira reconfortante. Estou convencido de que vamos sair à frente. Lembro-me de quando, há dois anos, junto com a Dra. Villaruel, hoje vice-presidente da Nação, entramos nesta casa como deputados. Lembro-me de quando, em uma entrevista, nos disseram: “Mas se vocês são dois em 257, não vão poder fazer nada”. E também lembro que a resposta naquele dia foi uma citação do livro de Macabeus 3.19, que diz que a vitória na batalha não depende da quantidade de soldados, mas das forças que vêm do céu.
Portanto, que Deus abençoe os argentinos e que as forças do céu nos acompanhem neste desafio. Muito obrigado. Será difícil, mas vamos conseguir. Viva a liberdade, caramba! Viva a liberdade, caralho! Viva a liberdade, caralho!”