O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou nesta quinta-feira (4) uma proposta de regulamentação para o uso de inteligência artificial (IA) nas próximas eleições municipais, marcadas para outubro deste ano.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou nesta quinta-feira (4) uma proposta de regulamentação para o uso de inteligência artificial (IA) nas próximas eleições municipais, marcadas para outubro deste ano.
Conforme o texto divulgado pela vice-presidente do TSE, Cármen Lúcia, a proposta estabelece regras para a utilização de conteúdo fabricado ou manipulado por meio de tecnologias digitais, incluindo inteligência artificial, na propaganda eleitoral em diversas modalidades, como rádio, TV e redes sociais. A principal exigência é que o uso dessas tecnologias seja acompanhado por informação explícita e destacada, indicando que o conteúdo foi fabricado ou manipulado, e qual tecnologia foi empregada.
Segue abaixo a íntegra dos trechos sobre inteligência artificial presentes na minuta de resolução divulgada pelo TSE:
"Art. 9Âș-B. A utilização na propaganda eleitoral, em qualquer de suas modalidades, de conteúdo fabricado ou manipulado, em parte ou integralmente, por meio do uso de tecnologias digitais para criar, substituir, omitir, mesclar, alterar a velocidade, ou sobrepor imagens ou sons, incluindo tecnologias de inteligência artificial, deve ser acompanhada de informação explícita e destacada de que o conteúdo foi fabricado ou manipulado e qual tecnologia foi utilizada, submetendo-se o seu descumprimento ao previsto no §1Âș do artigo 323 do Código Eleitoral, sem prejuízo de aplicação de outras medidas cabíveis quanto a ilicitude do conteúdo"
"§ 1Âș A fabricação ou manipulação de conteúdo político-eleitoral mencionada neste artigo refere-se à criação ou à edição de conteúdo sintético que ultrapasse ajustes destinados à melhoria da qualidade da imagem ou som."
"§ 2Âș É vedada a utilização na propaganda eleitoral, qualquer que seja sua forma ou modalidade, de conteúdo fabricado ou manipulado de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados com potencial de causar danos ao equilíbrio do pleito ou à integridade do processo eleitoral, inclusive na forma de impulsionamento."
"§3Âș Após notificação sobre ilicitude de conteúdo impulsionado mencionado no § 2Âș deste artigo, o provedor de aplicação de internet responsável pela sua circulação adotará as providências para a apuração e indisponibilização. (NR)"
"Art. 9-C. É responsabilidade do provedor de aplicação de internet que permita a veiculação de conteúdo eleitoral a adoção e publicização de medidas para impedir ou diminuir a circulação de conteúdo ilícito que atinja a integridade do processo eleitoral, incluindo a garantia de mecanismos eficazes de notificação, acesso a canal de denúncias e ações corretivas e preventivas." (NR)