Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostra que os acidentes nas rodovias brasileiras estão mais graves. Nos últimos 15 anos, a proporção de mortes em relação ao número de acidentes aumentou 50%.
A análise foi feita com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal. Embora a quantidade de acidentes nas rodovias brasileiras tenha caído, o número de mortes por acidentes cresceu.
O estudo destaca que, em 2007, foram registrados 127.671 acidentes, resultando em 6.742 mortes, uma média de uma morte para cada 19 acidentes. Até 2011, observou-se um crescimento tanto nos acidentes quanto nas mortes. Embora a quantidade de ocorrências tenha diminuído a partir de 2012, a proporção de mortos em relação aos acidentes continuou a aumentar.
Em 2018, foram registrados mais de 69 mil acidentes, resultando em uma média de uma morte para cada 12 ocorrências. Em 2022, apesar da diminuição de quase 5 mil acidentes, a proporção permaneceu inalterada, mantendo-se em uma morte para cada 12 acidentes.
Fatores comportamentais e estruturais
De acordo com o diretor científico da Abramet, Alysson Coimbra, a maior letalidade desses acidentes está relacionada a fatores comportamentais como excesso de velocidade e imprudência. Além disso, ele explica que, estruturalmente, há rodovias que não foram aprimoradas e que não estão adequadas para o atual fluxo.
“Desde 2018, houve a redução do efetivo de fiscalização da pela Polícia Rodoviária Federal. Contingenciamento de recursos e, em 2020, uma alteração significativa no código de trânsito brasileiro que, a nosso ver, reduziu o entendimento da população quanto aos riscos de dirigir", diz Coimbra.
GAZETA BRASIL