No negócio de banco de investimento, o Credit já foi gigante no Brasil, mas concorrentes locais ganharam espaço. O Itaú BBA, por exemplo, passou de seis ofertas de IPOs, em 2007, para 21 em 2021, considerando só operações em que foi líder. O BTG Pactual, que não liderou ofertas no boom pré-crise de 2008 , esteve à frente de 28 em 2021. Neste ano, não houve IPOs na B3, diante da alta dos juros e das incertezas trazidas pela guerra na Ucrânia e pelas eleições.
A perda de fôlego do negócio no Brasil reflete em parte uma mudança de estratégia mundial. Tidjane Thiam, que comandou o Credit Suisse entre 2015 e 2020, reforçou o foco mundial na gestão de fortunas, enquanto a área de investimentos perdeu espaço. Internacionalmente, ainda é relevante, embora não com o peso que tinha há 15 anos, conta um executivo que trabalhou no banco.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com dados de agosto, neste segmento o Credit faz a gestão de R$ 90 bilhões, atrás de Itaú (R$ 134 bilhões) e BTG Pactual (R$ 110 bilhões).
O Credit Suisse é lucrativo no País, com ganho líquido de R$ 580 milhões no primeiro semestre de 2022, mais do que o dobro do mesmo período de 2021. A expansão foi ajudada pelo aumento das operações de crédito (57%) e pelas receitas de prestação de serviço, que saltaram 150%. O banco também está capitalizado, com Índice de Basileia, que mede a folga de capital dos bancos para conceder crédito, de 18,21% – acima do mínimo de 11% exigido pelo Banco Central.
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