O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi designado como relator do processo, devido ao suposto envolvimento de uma autoridade com foro privilegiado nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
A transferência do inquérito para o STF ocorreu após decisão do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última quarta-feira (13). O caso completa seis anos nesta quinta-feira (14), remetendo à trágica noite em que Marielle e Anderson foram executados a tiros no centro do Rio de Janeiro.
Depoimentos de Ronnie Lessa, ex-policial militar preso em março de 2019 por sua participação nos homicídios, apontam para possível envolvimento de uma autoridade que não exercia função na época dos assassinatos. O STF, responsável pelo julgamento de figuras como presidente, vice-presidente, ministros, senadores, deputados federais e membros dos tribunais superiores, assume agora a análise deste caso emblemático.
Lessa, durante sua delação, corroborada pelo também ex-policial militar Élcio de Queiroz, indicou-se como autor dos disparos que vitimaram a vereadora e seu motorista. Condenado em 2021 a quatro anos e meio de prisão por ocultação das armas utilizadas no crime, Lessa tornou-se peça-chave nas investigações que buscam esclarecer os motivos por trás desse ato hediondo.
Marielle Franco, socióloga e vereadora do Rio de Janeiro, foi vítima de um atentado enquanto retornava de um evento para a juventude negra na Lapa, zona central da cidade. Seu carro foi alvo de criminosos, resultando na perda não apenas de sua vida, mas também da esperança de milhares que a viam como uma voz incansável na luta por direitos e igualdade.
Após seis anos de investigações, o desfecho desse caso permanece em aberto. Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e Maxwell Simões Corrêa, ex-sargento do Corpo de Bombeiros, conhecido como Suel, foram presos no decorrer das apurações. O país aguarda ansiosamente por respostas e justiça para Marielle, Anderson e suas famílias.
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