Preso no Rio mandou executar desertor em Barra do Garças; vídeo mostra carro do crime

O jovem João Vitor Menez Soares, de 22 anos, que foi executado a tiros no dia 9 de fevereiro deste ano em Barra do Garças era desertor da facção criminosa Comando Vermelho.

Sua morte foi encomendada por um líder do CV preso no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, que se irritou com o fato de Vitor começar a traficar drogas em Goiás e cooptar outros integrantes. Ele foi morto a tiros dentro de sua casa junto com Zayra Menez Carvalho, sua filha de 2 anos.

As informações foram reveladas pelo delegado da Polícia, Welber Batista Franco, responsável pelas investigações da Operação Zayra, deflagrada nesta terça-feira (2) para prender os envolvidos no homicídio do pai e da filha. João, que usava tornozeleira eletrônica, era de Goiânia e havia se mudado recentemente com a família para o Mato Grosso após ameaças de morte.

Em Goiás, ele se envolveu com a facção criminosa. "A ordem partiu do Comando Vermelho do Rio de Janeiro de um preso que está no Complexo da Maré. Dali partiu a ordem para que fosse feita a execução. João Victor era também faccionado e dentro dessa facção ele era desertor, que começou também a determinar seu território criminoso e avançar de forma muito avassaladora conseguindo capturar e angariar seus asseclas para que pudesse, inclusive, incomodar essa outra facção", informou o delegado durante entrevista coletiva.

Ao todo, estão sendo cumpridos oito mandados de prisão e 10 de busca e apreensão nas cidades de Aragarças (GO), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e no Rio de Janeiro (RJ), mais especificamente no bairro Complexo da Maré. A ação operacional conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de Barra do Garças, Polícia Militar de Aragarças (GO), Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Denarc, e Polícia Penal do Rio de Janeiro (RJ).

Até o momento, seis criminosos foram presos. O crime que vitimou João Vitor Menez Soares e sua filha de apenas 2 anos ocorreu no dia 9 de fevereiro de 2024, na residência da família, no bairro Jardim Nova Barra.

Na ocasião, dois homens em um veículo estacionaram nas proximidades da residência, entraram na casa, alvejaram as vítimas e fugiram em seguida. A esposa da vítima também foi alvejada e se deslocou em carro próprio até a UPA para prestar socorro à filha de 2 anos, porém a criança não resistiu e chegou em óbito na unidade de saúde.

Com a evolução das investigações, realizadas com empenho e técnicas policiais, foi possível identificar os envolvidos, incluindo autores, partícipes e demais pessoas que colaboraram para a empreitada criminosa. Provas da participação de alguns dos envolvidos foram robustecidas com o avanço das investigações, incluindo a localização do veículo usado para a fuga dos investigados que participaram diretamente da execução.

A Polícia Civil divulgou vídeos do carro usado pelos criminosos no dia do crime.