O músico e poeta Luiz Galvão morreu, na noite deste sábado, 22, aos 87 anos, em São Paulo. Natural de Juazeiro, na Bahia, o fundador do grupo Novos Baianos, que marcou a música brasileira, estava internado no Instituto do Coração (Incor). A causa da morte não foi divulgada, mas o artista estava sob cuidados médicos desde 16 de setembro, quando deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com suspeita de hemorragia gastrointestinal. A informação foi divulgada por Caetano Veloso, que acompanhava a internação do cantor.
“Galvão criou e liderou o grupo Novos Baianos, acontecimento que se coloca entre os que mudaram o rumo da história do Brasil. Sendo de Juazeiro, atraiu João Gilberto para a casa coletiva em que viviam os membros do grupo. E isso definiu o caminho rico que se pode resumir no álbum Acabou Chorare mas que se desdobrou em muito mais. Vamos sentir saudade dele – e também celebrar a peculiaridade de sua pessoa. Tenho a honra de ter sido parceiro dele em ao menos uma canção sobre O Farol da Barra. Num barzinho do Campo Grande a dupla era Moraes e Galvão. Depois se multiplicaram em Baby e Pepeu e Dadi e tantos mais. Os dois já se foram, mas seu legado mantém o país capaz de muito mais do que parece”, escreveu Caetano, em seu perfil no Instagram. Também pelas redes sociais, o filho de Luiz Galvão, Lahiri Galvão, se manifestou: “Vá em paz, meu papai”.
No álbum “Acabou Chorare” citado por Caetano Veloso, o grupo Novos Baianos trouxe músicas como “Preta pretinha”, “Mistério do planeta”, “A menina dança” e “Besta é tu”. Em outubro de 2007, a revista Rolling Stone elegeu a coletânea como o maior disco brasileiro de todos os tempos. No total, foram oito discos de estúdio e dois álbuns ao vivo, de reuniões do grupo – um de 1997 e outro de 2017.