Ela atuava como "disciplina", a pessoa que aplica punições, de uma facção criminosa.
Foi realizado nesta terça-feira (21) o julgamento de Nithiely Catarina Day Souza, conhecida como "princesinha macabra", que resultou na condenação dela em 32 anos e 10 meses de prisão por envolvimento na morte, com decapitação, de Gediano Aparecido da Silva, 19 anos, em janeiro de 2022 em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte). Ela atuava como "disciplina", a pessoa que aplica punições, da facção criminosa Comando Vermelho e gravou a execução de Gediano.
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Nithiely foi presa no dia 2 de fevereiro de 2022. O vídeo gravado por ela, onde orienta comparsas sobre como a vítima deveria ser morta, foi compartilhado nas redes sociais. Na gravação um dos suspeitos sugere matar Gediano a tiros, mas Nithiely diz que o certo seria fazer "só na faca".
O jovem de 19 anos foi torturado e decapitado com golpes de facão e sua cabeça foi jogada em um contêiner de lixo no centro da cidade. Já o corpo foi desovado em um rio. No decorrer das investigações vários envolvidos no crime foram presos.
Nithiely foi acusada pelos crimes de tráfico, tortura, ocultação de cadáver e associação criminosa.
No julgamento a acusação foi representada pelo promotor de Justiça Saulo Pires de Andrade, que defendeu que há materialidade sobre o homicídio. Também foi apontada, pelo Ministério Público, a participação de W.R.S., que emprestou o carro utilizado no crime.
O advogado de Nithiely, Fabio do Nascimento, tentou justificar os atos dela afirmando que seu objetivo era torturar e não matar.
O promotor Saulo Pires, porém, destacou que existem provas como mensagens de WhatsApp, que apontam que todos os envolvidos no crime sabiam sim que haveria tortura, assassinato e ocultação de cadáver.
Ele mostrou o vídeo de uma audiência on-line em que Nithiely confirma que havia matado. Também apresentou o vídeo da execução, onde é possível ouvir o momento em que a ré mandava arrancar a cabeça da vítima.
O representante do MP ainda pontuou que Nithiely fazia postagens nas redes sociais que deixavam claro que participava do tráfico de drogas. O juiz Conrado Machado Simão, da 1ª Vara Criminal de Lucas do Rio Verde, acabou condenando Nithiely a 32 anos e 10 meses de prisão.
O caso
Gediano foi executado no dia 25 de janeiro de 2022 e teve sua cabeça arrancada, que posteriormente foi jogada em um dos principais cruzamentos da cidade e o corpo foi jogado dentro do Rio Piranha.
No dia 28 daquele mês começou a viralizar em grupos de mensagens um vídeo gravado pelos criminosos no momento da execução. Na gravação, é possível ver o menor ajoelhado e sendo coagido por diversas pessoas.
Em dado momento é possível ver que há uma mulher junto ao grupo, que dá o comando para que o restante dos presentes executem Gediano.
Nithiely, que usava o nome "Emanuely Sousa", foi presa no começo de fevereiro, em uma residência no bairro Rio Verde. Ela não deixou a cidade mesmo após a repercussão do caso.
Ela atuaria ainda na posição de "disciplina" na hierarquia da facção criminosa, com a responsabilidade de praticar execuções e cobrar dívidas.
Nithiely era adepta das redes sociais, não só para captar os clientes para programas sexuais, mas ostentava joias, dinheiro e armas de fogo, característica de faccionados. Foi também pelas redes sociais que desafiou a polícia quando passou a ter seu nome ligado ao assassinato.