O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega a Santiago, capital do Chile, neste domingo (4), para uma visita oficial ao país. Lula foi recebido pelo presidente Gabriel Boric em um momento de crescente tensão na América Latina, exacerbada pelas controvérsias sobre as eleições na Venezuela.
Ambos os líderes exigiram a divulgação das atas das urnas eletrônicas venezuelanas após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a reeleição de Nicolás Maduro em 28 de julho, uma decisão marcada por acusações de fraude. A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia da Plataforma Unitária Democrática, contesta o resultado e afirma que ele é o verdadeiro vencedor das eleições.
Na segunda-feira (5), Lula participará de uma cerimônia de oferenda floral e terá uma reunião privada com Boric no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. A agenda da visita também inclui visitas ao Congresso Nacional e à Corte Suprema chilena. Durante a estadia, os dois presidentes deverão assinar 17 acordos bilaterais que abrangem áreas como ciência e tecnologia, direitos humanos, segurança cibernética e educação, com o objetivo de fortalecer a cooperação econômica e promover novas parcerias entre Brasil e Chile.
Lula e Boric também estarão presentes em um fórum empresarial organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), visando expandir as relações comerciais e de investimento entre os dois países.
A visita de Lula ocorre em um momento delicado, com líderes internacionais questionando a legitimidade das recentes eleições venezuelanas. Após as alegações de fraude eleitoral, Nicolás Maduro anunciou a expulsão dos diplomatas de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, intensificando as tensões regionais.
Segundo o Itamaraty, a situação na Venezuela não será discutida oficialmente entre os presidentes durante a visita.
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