Geral CONTRAIU BACTÉRIA

Empresário toma injeção em farmácia e morre em hospital de MT

Júnior Pereira foi vítima de uma fasciíte necrosante, uma doença rara provocada por uma bactéria que destrói o tecido debaixo da pele.

Por KARINE ARRUDA DO REPÓRTER MT

25/09/2024 às 13:50:47 - Atualizado há

Júnior Pereira morreu em abril deste ano após tomar uma injeção em uma farmácia no município de Querência (a 756 km de Cuiabá) e contrair uma infecção bacteriana grave. O caso só ganhou repercussão nesta semana porque a esposa do empresário, a esteticista Marcella Ricci, usou as redes sociais para denunciar a farmácia e o Hospital Municipal que atenderam o marido.

Em uma série de vídeos publicados no TikTok, Marcella cita que o hospital foi negligente no atendimento do esposo, demonstrando descaso e deboche após a morte de Júnior. O empresário foi vítima de uma fasciíte necrosante, uma doença rara provocada por uma bactéria que destrói o tecido debaixo da pele e que pode ser mortal.

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Nos vídeos, Marcella esclarece que o marido sofreu uma infecção provocada por uma injeção tomada por ele em uma farmácia do município, motivo pelo qual ela entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) contra a drogaria. Porém, além do estabelecimento, a esteticista também processou a unidade de saúde em que o marido foi atendido, que, segundo ela, foram negligentes no diagnóstico de Júnior.

Marcella narra que no dia seguinte, após o marido tomar a injeção na farmácia, ele reclamou de dores no corpo e pediu para ir ao hospital. No local, Júnior se retorcia de dor, não conseguindo parar sentado. Diante da situação, um médico plantonista atendeu o empresário e fez um corte no local onde a injeção havia sido aplicada com intuito de retirar a inflamação (pus), porém não saiu nada, apenas um gás.

"Ele ficava esperando em pé de tanta dor e não conseguia sentar. No quarto, quando fui tirar a roupa, ele estava em estado de putrefação. Ele apodrecia vivo na minha frente. A pele dele mudou para cor de berinjela e o edema dele aumentou. Em seguida, o rim dele parou de funcionar e só foram perceber 22h30", conta.

Ao ver o marido literalmente "morrer" na sua frente, a esteticista entrou em desespero e ligou para os sócios-proprietários da farmácia que lhe indicaram um médico em um hospital particular. Porém, segundo Marcella, diante do estado em que o esposo estava, já não era possível retirá-lo do hospital municipal e, para que ele sobrevivesse, seria necessário que os médicos amputassem o glúteo ou a perna de Júnior, o que não aconteceu.

Cerca de 36 horas se passaram desde que o empresário começou a sentir as dores e esse foi o tempo que ele permaneceu vivo, conforme relato de Marcella. A esteticista conta ainda que chegou a conhecer a diretora do Hospital Municipal, Juliana Molina, que agiu com total desprezo com o caso. "Um dos seres mais desprezíveis que já pisaram no Universo. Ela nem sequer olhou nos meus olhos, desejou meus pêsames, nada", descreve.

Após o ocorrido, Marcella afirma que a diretora da unidade chegou a ir em uma delegacia da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência providenciando a liberação do corpo de Júnior, porém, na declaração, Juliana teria insinuado que o empresário morreu após a própria esposa aplicar uma injeção nele, já que ela era esteticista.

"Ela fala da hora que ele deu entrada no hospital e duas linhas depois fala sobre mim. Ela coloca: a esposa do paciente faz harmonização de glúteo, resumindo, dá a entender que tinha sido eu quem aplicou alguma coisa no meu marido", comenta Marcella.

Em outros vídeos postados posteriormente, após relatar a tragédia vivenciada por ela e pelo marido nas redes sociais, Marcella diz que recebeu prints de uma enfermeira do hospital debochando dela e da morte do empresário. De acordo com a esteticista, essa foi a mesma profissional que a consolou quando ela não sabia como enviar o corpo do marido ao Instituto Médico Legal (IML).

"São essas pessoas que são colocadas para cuidar da saúde das pessoas da cidade. O meu marido morreu. Vocês não têm respeito pelo ser humano. Exijo uma resposta das autoridades, meu marido morreu agonizando de dor, não parou de ter dor em nenhum minuto. Isso é um deboche, descaso, escárnio total", desabafou.

Com isso, Marcella também acionou a Justiça para denunciar Juliane Molina e Elisa Lacerda, diretora e enfermeira do hospital, respectivamente. Na denúncia, a esteticista alegou que ambas zombaram publicamente da situação envolvendo a morte do empresário.

Fonte: RepórterMT
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