O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu pela extradição do jornalista Oswaldo Eustáquio, que está foragido da Justiça brasileira desde dezembro de 2022 e reside na Espanha desde o ano passado. A medida foi anunciada nesta terça-feira (15) e inclui também a solicitação de extradição de 63 brasileiros investigados pelos atos de 8 de janeiro, que supostamente fugiram para a Argentina.
Eustáquio se manifestou sobre a decisão, chamando-a de "mais uma decisão injusta, arbitrária e persecutória de Alexandre de Moraes, que vem me perseguindo desde 2020, quando me prendeu preventivamente. Até hoje nada descobriram sobre mim. Essa decisão fará o Brasil passar vergonha em âmbito internacional, porque tenho proteção como exilado político na Espanha." Ele acrescentou: "É exagero pedir a extradição de alguém que nem sequer foi indiciado." A declaração foi feita ao portal Metrópoles.
O jornalista é investigado pelo STF sob a suspeita de cometer crimes como embaraçamento de investigação, violação de segredo, incitação ao crime e corrupção de menores. De acordo com informações da Polícia Federal (PF), Eustáquio utilizou as redes sociais para intimidar delegados. O jornalista Allan dos Santos também é alvo da mesma investigação.
Oswaldo Eustáquio enfrenta duas ordens de prisão emitidas por Moraes: a primeira em dezembro de 2022, durante o governo de transição, e a segunda em agosto deste ano. A última ordem de prisão gerou controvérsias, uma vez que contrariou a Procuradoria-Geral da República.
Em 14 de agosto, quando a prisão de Eustáquio foi novamente determinada, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do militante em Brasília, onde residem sua filha adolescente e sua esposa, que foi ex-secretária do governo Bolsonaro. A investigação levanta suspeitas de que a jovem estaria sendo utilizada por Eustáquio para contornar as restrições impostas pelo Supremo. Em março do ano passado, Moraes já havia ordenado o bloqueio das contas bancárias da adolescente.
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