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CASO LUCAS PERES

Defesa de capitão aponta que aluno morreu por problemas de saúde e não por afogamento durante treinamento

O documento apresentado pela defesa, nessa quarta-feira (23), tenta afastar a responsabilidade do capitão pela morte do aluno-soldado.


A defesa do capitão do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT), Daniel Alves Moura Silva, juntou ao processo que apura a morte do aluno Lucas Veloso Peres um parecer médico que contraria as conclusões do laudo apresentado pelo Ministério Público (MPMT). O documento apresentado pela defesa, nessa quarta-feira (23), tenta afastar a responsabilidade do capitão pela morte do aluno-soldado durante um treinamento dos bombeiros na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.

De acordo com a advogada que faz a defesa de Daniel, o parecer foi elaborado por um médico perito. Segundo ela, o documento tem natureza técnico-científica e evidencia que a causa da morte de Lucas Peres, de 27 anos, não foi o afogamento ocorrido no dia 27 de fevereiro, durante um treinamento da corporação, mas sim uma morte súbita ocasionada por problemas cardíacos como arritmias (frequência cardíaca irregular, acelerada ou muito lenta) e outras condições clínicas já existentes.

A defesa do capitão ainda alega que essa condições apontadas pelo parecer médico não foram devidamente analisadas durante os exames realizados no processo de seleção do concurso público para bombeiro, já que, se tivessem sido, Lucas Peres não teria sido selecionado para ingressar no curso de formação.

"Esclarecemos que a defesa consubstancia suas matérias de mérito em documentos oficiais, inclusive no edital do concurso que delimitava as condições incapacitantes para ingresso no Corpo de Bombeiros, sendo detectado que o Aluno Lucas sequer deveria ter ingressado no Corpo de Bombeiros", aponta a advogada.

As acusações

Em maio deste ano, passados dois meses da morte do aluno, o capitão Daniel e o soldado Kayk Gomes dos Santos foram denunciados pela 13ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá pelo ocorrido com Lucas Peres. De acordo com o MP, os denunciados, agindo com dolo eventual, mataram a vítima mediante asfixia por afogamento e prevalecendo-se da situação de serviço.

Na denúncia, o Ministério Público também solicitou a fixação de um valor mínimo para a reparação dos danos causados por eles à família da vítima.

O caso

No dia 27 de fevereiro deste ano, Lucas Veloso Peres, de 27 anos, estava com dificuldades para cumprir o exercício de treinamento sugerido pelo capitão Daniel Alves Moura Silva e coordenado pelo soldado Kayk Gomes dos Santos. O objetivo era que os alunos atravessassem a Lagoa Trevisan a nado, porém Lucas não teria conseguido, tendo parado por duas vezes para descansar com o auxílio de um equipamento de flutuação.

Segundo testemunhas ouvidas pelo RepórterMT na época do ocorrido, o capitão não teria gostado do uso do flutuador e mandou tirar o equipamento de Lucas, Daniel também pediu para que os outros militares se afastassem do aluno, ficando ele sob a responsabilidade de acompanhar o rapaz. As ações não adiantaram e Lucas acabou se afogando e morrendo no local.

No boletim de ocorrência registrado pelos bombeiros, Lucas foi socorrido pelos colegas e, ainda dentro de um barco, passou por manobras de reanimação, mas sem sucesso.

RepórterMT

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