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Jeff Bezos interfere e Washington Post rompe com a tradição ao não endossar candidato à presidência dos EUA

Nesta sexta-feira (25), o Washington Post anunciou que não apoiará nenhum candidato nas eleições presidenciais deste ano, rompendo com décadas de tradição.


Foto: CNN

Nesta sexta-feira (25), o Washington Post anunciou que não apoiará nenhum candidato nas eleições presidenciais deste ano, rompendo com décadas de tradição. A decisão gerou imediatas críticas e reações fervorosas de leitores e jornalistas de esquerda.

No mesmo dia, o jornal publicou um artigo assinado por dois repórteres da equipe, revelando que o staff da página editorial havia elaborado um endosse à candidata democrata Kamala Harris em oposição ao candidato republicano Donald Trump. A decisão de não publicar essa recomendação, segundo o jornal, foi tomada pelo proprietário do Post, o fundador da Amazon, Jeff Bezos.

Durante seu mandato, Trump frequentemente criticou Bezos e o Washington Post. O jornal já havia endossado os adversários de Trump nas eleições de 2016 e 2020, Hillary Clinton e o presidente Joe Biden, com editoriais que condenavam o republicano de forma contundente.

Em uma ação judicial de 2019, a Amazon alegou ter perdido um contrato de US$ 10 bilhões com o Pentágono para a Microsoft devido a "pressão imprópria" que Trump teria exercido para prejudicar seu "inimigo político percebido", Bezos.

Desde 1976, o Washington Post costumava endossar candidatos à presidência, exceto na corrida de 1988, e, em todos os anos eleitorais, exceto este, o jornal havia apoiado candidatos democratas.

O CEO do Washington Post, Will Lewis, explicou a decisão em um comunicado online, afirmando que o jornal não fará endossos a candidatos presidenciais nesta ou em futuras eleições. “Estamos retornando às nossas raízes de não endossar candidatos presidenciais”, disse Lewis, reconhecendo que a decisão poderia ser interpretada de diversas formas, incluindo como um endosse tácito a um candidato ou uma condenação a outro.

“Acreditamos que essa decisão está alinhada com os valores que o Post sempre defendeu e com o que esperamos de um líder: caráter e coragem em serviço ao ethos americano, veneração pela regra da lei e respeito pela liberdade humana em todos os seus aspectos”, completou.

A declaração de Lewis gerou mais de 10 mil comentários, muitos deles criticando a decisão do Washington Post

O anúncio ocorreu poucos dias após a renúncia de Mariel Garza, chefe do conselho editorial do Los Angeles Times, que protestou contra a decisão do proprietário do jornal, Patrick Soon-Shiong, de não fazer uma recomendação presidencial. “Estou renunciando porque quero deixar claro que não estou de acordo com nosso silêncio”, disse Garza ao Columbia Journalism Review. “Em tempos perigosos, pessoas honestas precisam se manifestar. É assim que estou me manifestando.”

Soon-Shiong, assim como Bezos, é um bilionário.

Marty Baron, ex-editor do Washington Post, qualificou a decisão do jornal como “covardia, com a democracia como vítima”. “Trump verá isso como um convite para intimidar ainda mais o proprietário Jeff Bezos e outros”, escreveu Baron, criticando a falta de coragem de uma instituição conhecida por sua bravura.

O Sindicato do Washington Post, que representa os funcionários do jornal, expressou sua preocupação em um comunicado publicado na rede social X. “Estamos profundamente preocupados que o Washington Post — uma instituição de notícias americana na capital do país — tome a decisão de não mais endossar candidatos presidenciais, especialmente a apenas 11 dias de uma eleição imensamente decisiva.”

“O comunicado do nosso CEO, Will Lewis — e não do próprio Conselho Editorial — nos preocupa, pois indica que a administração interferiu no trabalho dos nossos membros da equipe editorial”, afirmou o sindicato. “Já estamos vendo cancelamentos de leitores outrora leais. Essa decisão prejudica o trabalho de nossos membros em um momento em que deveríamos estar construindo a confiança dos leitores, e não perdendo-a.”

Em agosto, Trump havia declarado à Fox Business News que Bezos o contatou após uma tentativa de assassinato em julho durante um comício. “Ele foi muito legal, mesmo sendo o dono do Washington Post”, comentou Trump sobre Bezos.

GAZETA BRASIL

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