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Milei demite chanceler após voto da Argentina a favor de Cuba na ONU

O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu nesta quarta-feira sua chanceler, Diana Mondino, após ela ter votado a favor do fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba durante a Assembleia Geral da ONU.


Foto: YouTube

O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu nesta quarta-feira sua chanceler, Diana Mondino, após ela ter votado a favor do fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba durante a Assembleia Geral da ONU. Essa decisão contraria a posição do governo argentino, que é aliado dos EUA.

Em comunicado oficial, a Presidência da República esclareceu que "a Argentina atravessa um período de mudanças profundas e esta nova fase exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos ocidentais". O texto acrescenta que o país se opõe categoricamente à "ditadura cubana" e se compromete a promover uma política externa que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, confirmou que o novo chanceler será Gerardo Werthein, até então embaixador em Washington e considerado um homem de confiança do presidente Milei. Werthein acompanhou o presidente em suas últimas visitas ao exterior, incluindo sua participação na ONU, sua visita à bolsa de valores de Wall Street e o encontro com o magnata Elon Musk.

Nesta quarta-feira, na sede das Nações Unidas, em Nova York, diplomatas de todo o mundo se reuniram para votar sobre a "necessidade de pôr fim ao embargo econômico, comercial e financeiro" que os Estados Unidos mantêm sobre Cuba há mais de seis décadas. A resolução foi aprovada com 187 votos a favor, uma única abstenção, da Moldávia, e os votos contrários dos Estados Unidos e de Israel, principais aliados da Argentina. Embora o texto não seja vinculante, ele ressalta o impacto das sanções na economia cubana, conforme apontado pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, que criticou a administração de Joe Biden por manter "intacto o regime coercitivo de seu antecessor", Donald Trump, diante das consequências humanitárias adversas. Rodríguez Parrilla descreveu o bloqueio como "desumano" e parte de "uma guerra econômica extrema".

A demissão de Mondino não foi o primeiro episódio de tensão entre ela e o governo de Milei. Nas últimas semanas, o vice-chanceler, Leopoldo Sahores, e o embaixador da ONU, Ricardo Lagorio, renunciaram a seus cargos, deixando o Ministério sem dois de seus principais integrantes. Além disso, Mondino foi alvo de críticas após a divulgação de um comunicado oficial que se referia às Ilhas Malvinas como Ilhas "Falklands". A reivindicação da soberania sobre esse arquipélago, atualmente sob ocupação britânica, é um mandato constitucional na Argentina.

GAZETA BRASIL

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