Donald Trump conversou por telefone neste domingo com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e ambos "concordaram em trabalhar juntos pelo retorno da paz na Europa", segundo informou um porta-voz alemão.
"Os dois trocaram opiniões sobre a relação entre Alemanha e Estados Unidos e sobre os desafios geopolíticos atuais", declarou o porta-voz de Scholz, Steffen Hebestreit. "Eles também concordaram em unir esforços pelo retorno da paz na Europa", acrescentou.
Scholz, que enfrenta uma crise política e está se preparando para eleições antecipadas no início de 2025, parabenizou Trump pela segunda vez por sua vitória eleitoral em 5 de novembro.
"O chanceler destacou a vontade do governo alemão de continuar a bem-sucedida cooperação de décadas entre os governos dos dois países", afirmou Hebestreit.
Durante sua campanha, Trump prometeu repetidas vezes que colocaria fim rapidamente à guerra na Ucrânia — inclusive antes de assumir o cargo —, mas sem revelar detalhes de seus planos.
Em seu mandato anterior na Casa Branca, o republicano repreendeu a Alemanha, aliada da OTAN, pelo que considerava um gasto insuficiente em defesa, além de divergências sobre comércio e outras questões.
Scholz já havia parabenizado Trump na quarta-feira, pedindo para manter fortes os laços transatlânticos. "Juntos, podemos alcançar muito mais do que separados", declarou o chanceler da maior economia europeia, que planeja se candidatar novamente nas próximas eleições.
Na última sexta-feira, Scholz instou a União Europeia a permanecer forte e unida e a trabalhar conjuntamente pela segurança comum diante dos grandes desafios enfrentados pela Europa e pelo mundo. Ele ressaltou a importância das relações transatlânticas nesse contexto.
"Uma coisa está muito clara: juntos, como União Europeia, como europeus, devemos fazer o necessário pela nossa segurança, o que se alcança, em especial, se cada um fizer sua parte", afirmou Scholz.
Durante uma breve coletiva de imprensa em Budapeste, onde participou de uma cúpula da Comunidade Política Europeia (CPE) e de um conselho informal dos chefes de Estado e Governo da UE, Scholz lembrou que a Alemanha já destina 2% de seu PIB para segurança e defesa e destacou que outros países europeus pretendem fazer o mesmo.
Scholz enfatizou também a importância da colaboração, projetos conjuntos e da segurança comum pela cooperação.
"A Europa e o mundo enfrentam grandes desafios; a guerra voltou ao continente, a Rússia invadiu a Ucrânia e continua esse conflito com uma brutalidade inalterada. Também vemos o perigo constante de uma nova escalada no Oriente Médio, o que torna essencial que a Europa, que a União Europeia permaneça unida e seja forte", declarou o chanceler.
Sobre o apoio internacional à defesa da Ucrânia, Scholz se mostrou confiante, ao fim da cúpula dos 27 países da UE nesta sexta-feira, na capacidade de Kiev de, por ora, contar com recursos suficientes.
"Com a linha de crédito de 50 bilhões de euros que o G7, a União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e o Japão disponibilizaram para a Ucrânia, está claro que existem os meios necessários para que os ucranianos possam se defender, independente de recessões fiscais ou mudanças políticas em alguns países", explicou Scholz.
Ao chegar em Budapeste, Scholz também afirmou que a Europa continuará colaborando com os Estados Unidos sob a presidência do recém-eleito Trump. "Os Estados Unidos são, de fato, o aliado mais importante da Europa, e trabalhamos juntos pela nossa segurança na cooperação transatlântica e no âmbito da OTAN", ressaltou.
Scholz mencionou ainda questões de grande importância para o futuro da União Europeia, como competitividade e emprego, e pediu a eliminação de obstáculos nessas áreas.
(Com informações da AFP e EFE)
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