O opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica ter vencido a eleição presidencial na Venezuela, será preso imediatamente caso retorne ao país, afirmou o procurador-geral venezuelano, Tarek Saab, em entrevista à agência AFP.
Edmundo González está exilado na Espanha, onde buscou asilo após a emissão de um mandado de prisão contra ele, mas em outubro declarou que voltará à Venezuela como "presidente eleito" para assumir em 10 de janeiro.
Tarek Saab ressaltou na entrevista que Edmundo González “sabe que, se entrar na Venezuela, será automaticamente detido”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro como vencedor da eleição, porém as atas eleitorais não foram divulgadas, o que provocou protestos da oposição e reações internacionais, alegando falta de transparência.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, que tem alinhamento com o governo de Maduro, referendou o resultado e proibiu a publicação das atas eleitorais.
A oposição, liderada por María Corina Machado e González, alega que ele venceu Maduro no pleito e afirma ter provas, divulgando atas eleitorais de aproximadamente 80% das urnas em um site. A publicação levou o Ministério Público venezuelano a pedir a prisão de González, acusando-o de falsificação de documentos públicos e instigação à desobediência da lei.
Machado também está sob investigação criminal por suposta participação em episódios de violência pós-eleitoral, assim como González.
Maduro os acusa de serem responsáveis por uma série de manifestações populares após a divulgação dos resultados, e declarou que ambos “deveriam estar atrás das grades”.
O procurador-geral Saab, ao ser questionado pela AFP sobre um possível mandado de prisão para Machado, respondeu de forma evasiva, afirmando que ela está sob investigação “nos termos que já divulguei de forma suficiente, pública e notória”.
GAZETA BRASIL