Na noite desta quarta-feira (27), a artista circense Camila Gomes usou suas redes sociais para desabafar sobre um episódio traumático de violência sexual e psicológica que sofreu em Central do Maranhão (MA). Camila, visivelmente abalada, contou aos seguidores que o abuso ocorreu em companhia de sua filha e avô, que estavam presentes no momento do crime. (Vídeo no final da matéria)
“Graças a Deus não fizeram [nada com minha filha]. Está todo mundo bem. Meu avô está um pouco machucado e com dor onde chutaram ele. E eu estou suportando, mas eu creio que Deus está comigo. E Ele vai me fazer superar mais uma vez tudo isso que estou passando. É isso. Beijo no coração de cada um e obrigada pelas mensagens”, relatou a vítima em sua publicação.
O Crime
De acordo com os relatos da família de Camila, o ataque ocorreu por volta das 23h da última sexta-feira (23), após o fim de um espetáculo realizado pelo circo da família, que é natural do Pará e estava em turnê pela Baixada Maranhense. Durante a ação criminosa, cinco homens armados invadiram o local e, além de roubar dinheiro e objetos pessoais, agrediram diversas pessoas. Entre os agredidos estavam dois idosos, um dos quais sofre de Alzheimer.
Após o assalto, dois dos criminosos arrastaram Camila para um trailer do circo, onde a jovem foi estuprada. A situação gerou um grande trauma na vítima, que ainda expressou o medo e o desespero ao ser ouvida na Delegacia de Cururupu. “No momento fiquei com medo e disse que não ia depor, que só queria sair de lá e tirar a minha família da cidade porque a gente não é de lá. Estávamos correndo risco. Agora, eu só quero justiça”, afirmou.
Ação da Polícia e Resposta do Circo
A Polícia Civil de Maranhão iniciou imediatamente as investigações e, até o momento, recuperou parte dos itens roubados, mas ainda não realizou prisões. Durante a manhã desta quinta-feira (28), o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), anunciou que três suspeitos foram presos em conexão com o crime, enquanto os outros envolvidos continuam sendo procurados pelas autoridades. A Polícia também identificou o autor do estupro: um adolescente de 17 anos, que foi reconhecido pela vítima após retirar a máscara durante o ato.
Por conta do trauma psicológico e físico, o circo de Camila Gomes decidiu suspender suas apresentações em Central do Maranhão e deixou a cidade. “Estamos traumatizados, mas seguimos esperando que a justiça seja feita”, declarou a família.
Camila também recebeu atendimento médico em Pinheiro e está sob cuidados, tomando antivirais para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, além de receber acompanhamento psicológico online, já que a família vive de forma itinerante.
Este caso de violência chocou a comunidade local e gerou protestos em busca de justiça, principalmente pela gravidade do crime e pela idade do principal suspeito. A história de Camila, que é mãe e artista, tem sensibilizado muitos, tornando-se um apelo por medidas mais eficazes de segurança para trabalhadores itinerantes e pela punição dos responsáveis pelo crime.
O Circo e a Família
A decisão de deixar Central do Maranhão foi tomada com base no risco e no medo gerado pelo ocorrido. A família de Camila, agora em busca de justiça, espera que os demais suspeitos sejam localizados e responsabilizados. A investigação continua, enquanto a vítima e seus familiares lidam com os traumas físicos e psicológicos do crime.
GAZETA BRASIL