A cotação do dólar iniciou a manhã desta quinta-feira (28) em forte alta de 1,25%, atingindo R$ 5,99, após o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de um pacote de corte de gastos públicos, que inclui o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil.
Após a abertura do mercado, por volta das 9h, o dólar recuou ligeiramente para R$ 5,97, ainda com alta de 1,03% em relação ao fechamento de quarta-feira (27), quando havia alcançado R$ 5,91 – o maior valor já registrado. Durante os primeiros 30 minutos de pregão, a moeda americana permaneceu volátil, oscilando na faixa de R$ 5,96.
Embora a isenção do IR só entre em vigor em 2026, caso seja aprovada pelo Congresso em 2025, o mercado financeiro já reflete essa expectativa. Além disso, persiste a incerteza sobre a recepção das propostas de Haddad no legislativo, que, segundo o governo, visam economizar até R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Existe o receio de que as medidas sejam modificadas ou enfraquecidas ao longo da tramitação. Para garantir a aprovação, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está empenhado nas negociações, com Haddad já tendo se reunido com líderes da Câmara dos Deputados na noite de quarta (27) e agendado encontros com senadores na manhã de hoje.
De acordo com a Bloomberg, a alta do dólar para R$ 5,99 no início do pregão superou o pico registrado em maio de 2020, durante a pandemia da Covid-19, quando a moeda chegou a R$ 5,97. A agência aponta que, até o momento, o real acumula queda de 19% neste ano, sendo o pior desempenho entre os mercados emergentes.
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