O Itaú Unibanco acusou Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do banco, de violar políticas internas e agir em “grave conflito de interesses” para benefício próprio em contratações de pareceres técnicos.
O Itaú Unibanco acusou Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do banco, de violar políticas internas e agir em “grave conflito de interesses” para benefício próprio em contratações de pareceres técnicos. As acusações constam na ata de uma assembleia geral extraordinária, publicada na madrugada deste sábado (7), no jornal O Estado de S. Paulo.
A ata, assinada pelos diretores José Virgilio Vita Neto e Álvaro Felipe Rizzi Rodrigues, revela que Broedel teria utilizado sua posição de alto escalão para aprovar pagamentos a um fornecedor com o qual supostamente mantinha vínculos. Os valores, segundo o banco, somam R$ 10,45 milhões em quatro anos.
De acordo com o documento, os pagamentos ao fornecedor, cujo nome não foi revelado, foram distribuídos em R$ 3,38 milhões em 2021, R$ 1,85 milhão em 2022, R$ 3,35 milhões em 2023 e R$ 1,87 milhão em 2024. Apesar disso, o Itaú afirmou que as irregularidades não impactam as demonstrações financeiras da empresa, por estarem restritas aos contratos investigados.
A investigação foi conduzida pelo comitê de auditoria do Itaú, que recomendou a adoção de medidas legais contra Broedel, o fornecedor envolvido e qualquer outra pessoa que tenha participado de possíveis irregularidades.
A assessoria de imprensa de Broedel negou as acusações, classificando-as como "infundadas". O ex-diretor, que deixou o banco em julho após 12 anos, afirmou que tomará as medidas judiciais cabíveis. Atualmente, ele ocupa um cargo no Santander, na Espanha.
As denúncias contra Broedel são mais um episódio de crise interna no Itaú. Na quarta-feira (4), Eduardo Tracanella, então diretor de marketing, foi demitido após o uso indevido do cartão corporativo para gastos pessoais, identificado em uma auditoria de compliance. O banco reforçou que, embora a prática viole suas políticas internas, não configura crime.
O Banco Central (BC) confirmou ter sido notificado em outubro sobre o caso, assim como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ambos os órgãos podem investigar o caso e, se as acusações forem comprovadas, os envolvidos poderão ser inabilitados para atuar em empresas reguladas por essas instituições.
O Banco Central, porém, optou por não comentar a ação civil protocolada pelo Itaú contra Broedel nesta sexta-feira (6).