O Canadá está pronto para tomar represálias comerciais contra os Estados Unidos, com tarifas de até 155 bilhões de dólares sobre as importações norte-americanas, caso o presidente Donald Trump cumpra suas ameaças de impor novos impostos, afirmou nesta segunda-feira (3) a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly.
O Canadá está pronto para tomar represálias comerciais contra os Estados Unidos, com tarifas de até 155 bilhões de dólares sobre as importações norte-americanas, caso o presidente Donald Trump cumpra suas ameaças de impor novos impostos, afirmou nesta segunda-feira (3) a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly.
Joly declarou à imprensa antes de se reunir com outros membros do governo canadense que, apesar das declarações de Trump, "os esforços diplomáticos continuam" para tentar evitar um conflito comercial.
"E se o presidente Trump seguir adiante com as tarifas sobre os produtos canadenses, estamos prontos para aplicar uma resposta tarifária de 155 bilhões de dólares, sendo que um primeiro lote de 30 bilhões de dólares já está preparado", explicou Joly.
A chefe da diplomacia canadense enfatizou que o Canadá está pronto para enfrentar a guerra comercial que Trump poderia desencadear com os novos impostos.
No entanto, Joly também deixou claro que o Canadá não recebeu informações oficiais por parte das autoridades dos Estados Unidos sobre a imposição dessas tarifas além das declarações públicas de Trump.
"Estamos prontos caso os EUA decidam iniciar sua guerra comercial. Não é algo que estejamos buscando", afirmou, acusando Trump de causar "imprevisibilidade e caos".
Trump anunciou que, a partir de terça-feira, entrará em vigor uma tarifa adicional de 10% sobre as importações chinesas, que será somada aos 10% já aplicados desde 4 de fevereiro, aumentando assim a carga tarifária para 20% sobre esses produtos.
Essas medidas contra a China se somam às tarifas impostas durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021) sobre mais de 300 bilhões de dólares em produtos chineses, a maioria das quais ainda está em vigor.
Como justificativa para seguir com a imposição das tarifas, Trump citou o tráfico de fentanilo, um potente opióide responsável por milhares de mortes por ano nos Estados Unidos.
"Quantidades enormes de fentanilo entraram no nosso país desde o México e, como sabem, também da China, onde é enviado para o México e o Canadá", disse Trump, insistindo que a droga "vem do Canadá e do México".
O presidente garantiu que as tarifas beneficiarão a indústria norte-americana, especialmente o setor automobilístico, que foi prejudicado pela transferência de empregos para outros países com a entrada em vigor de acordos comerciais como o NAFTA, na década de 90.
"Será muito caro explorar este país, roubar nosso dinheiro, nossos empregos, nossas fábricas e empresas, e esperar não ser punido. Eles estão sendo punidos com tarifas. É uma arma muito poderosa", afirmou Trump.
As declarações de Trump ocorreram após seu secretário de Comércio, Howard Lutnick, indicar nesta segunda-feira em entrevista à CNN que o presidente ainda precisa tomar uma decisão final sobre as tarifas para o México e o Canadá.
Inicialmente, Trump havia ameaçado impor as tarifas em 4 de fevereiro, mas decidiu adiar sua aplicação por um mês após o México se comprometer a enviar 10.000 membros da Guarda Nacional para a fronteira com os EUA e o Canadá anunciar a nomeação de um "czar do fentanilo", entre outras medidas.
Delegações do Canadá e do México se reuniram na sexta-feira com membros da equipe de Trump para discutir seus esforços para aumentar a segurança na fronteira e reduzir o tráfico de fentanilo, conforme exigido pelo presidente. No entanto, essas negociações ainda não geraram resultados.
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