Taiwan elevou seu nível de alerta nesta segunda-feira (09), após a China estabelecer 7 zonas de espaço aéreo reservado e mobilizar frotas navais e barcos da guarda costeira.
Taiwan elevou seu nível de alerta nesta segunda-feira (09), após a China estabelecer 7 zonas de espaço aéreo reservado e mobilizar frotas navais e barcos da guarda costeira. De acordo com uma fonte de segurança, os exercícios militares representam os primeiros realizados em uma ampla faixa das águas da região.
Um alto funcionário de segurança de Taiwan informou à Reuters que, atualmente, a China mantém 90 navios da marinha e da guarda costeira em águas próximas a Taiwan, ao sul do Japão, e nos mares da China Oriental e Meridional. Cerca de dois terços dessas embarcações são da marinha.
A China, que reivindica Taiwan como parte de seu território, era esperada para realizar mais exercícios em resposta à viagem do presidente taiwanês, Lai Ching-te, ao Pacífico, que incluiu escalas no Havaí e em Guam, território dos Estados Unidos. Fontes de segurança informaram que a China havia estabelecido sete zonas de “áreas reservadas temporariamente” no espaço aéreo a leste das províncias de Fujian e Zhejiang, que permanecem válidas até quarta-feira (11). Essas zonas são alocadas para um usuário específico por um período determinado, embora outros voos possam atravessá-las com permissão dos controladores, de acordo com as normas internacionais.
O oficial de segurança de Taiwan, que pediu anonimato, disse que a mobilização da marinha e da guarda costeira chinesa é maior do que nos dois exercícios militares anteriores em torno de Taiwan, chamados “Joint Sword 2024-A” e “Joint Sword 2024-B”. Ele afirmou que, pela primeira vez, os exercícios abrangem todo o arquipélago, uma área que vai do Japão até Taiwan, Filipinas e Borneo, cercando a costa da China. “Eles têm o objetivo de alcançar uma intimidação militar total ao se posicionarem para controlar a parte interna do arquipélago”, afirmou a fonte.
A força militar de Taiwan ativou seus “exercícios de prontidão para combate” em locais estratégicos, com seus barcos monitorando de perto as atividades militares chinesas. O Ministério da Defesa de Taiwan alertou que qualquer ação unilateral, irracional e provocativa pode prejudicar seriamente a paz e a estabilidade no Indo-Pacífico, e isso não será bem recebido pela comunidade internacional.
A guarda costeira de Taiwan, em comunicado separado, relatou que sete navios da guarda costeira da China estavam realizando “assédio na zona cinza” contra a ilha desde o início do dia. A China não tem o direito de realizar intrusões ou ações legais nas águas de Taiwan, e Taipei tem o direito de tomar as medidas necessárias em resposta, afirmou a guarda costeira. Taiwan acusa a China de usar táticas de “zona cinza”, que não envolvem combate direto, para testar e pressionar as forças taiwanesas, incluindo missões diárias de sua força aérea e marinha ao redor da ilha e patrulhas regulares da guarda costeira.
A China considera Lai um “separatista” e rejeita seus pedidos de diálogo, enquanto Lai e seu governo afirmam que apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro, rejeitando as reivindicações de soberania de Pequim.