O Departamento de Estado dos Estados Unidos reiterou neste sábado seu “apoio à República da Coreia, aos seus cidadãos, aos processos democráticos e ao Estado de Direito”, após o Parlamento sul-coreano aprovar a destituição do presidente Yoon Suk-yeol por ter declarado a lei marcial em 3 de dezembro.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos reiterou neste sábado seu “apoio à República da Coreia, aos seus cidadãos, aos processos democráticos e ao Estado de Direito”, após o Parlamento sul-coreano aprovar a destituição do presidente Yoon Suk-yeol por ter declarado a lei marcial em 3 de dezembro.
“Nos últimos anos, a aliança entre EUA e Coreia do Sul deu passos de gigante, e os Estados Unidos estão ansiosos para colaborar com a República da Coreia na conquista de novos avanços”, afirmou o Departamento de Estado em Washington em um comunicado.
O governo dos EUA também expressou sua disposição em “continuar trabalhando” com o presidente interino Han Duck-soo para “promover os interesses mútuos e os valores compartilhados”.
O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, disse que a destituição mostrava a “resiliência democrática” da Coreia do Sul. “Apoiamos firmemente o povo coreano. Apoiamos firmemente a aliança sólida” entre Washington e Seul, declarou durante uma viagem à Jordânia.
O Parlamento sul-coreano aprovou neste sábado a destituição de Suk-yeol com o apoio de deputados da formação do mandatário.
Os 300 representantes da Assembleia Nacional (Parlamento) sul-coreana participaram do processo, que resultou em 204 votos a favor da moção apresentada pela oposição para destituí-lo, 85 contra, três abstenções e oito votos nulos. Para aprovar a moção, eram necessários pelo menos 200 votos a favor para alcançar uma maioria de dois terços na câmara e, embora o voto seja secreto, sabe-se que pelo menos 12 deputados do conservador e governante Partido do Poder Popular (PPP) apoiaram a destituição, já que os partidos de oposição somam um total de 192 assentos.
A incerteza em torno do resultado se manteve até o final, com o PPP realizando uma reunião a portas fechadas durante horas para definir uma postura oficial, concluindo minutos antes do início da votação com o anúncio de que a formação oficialmente não apoiaria a moção.
Após a contagem, Yoon foi imediatamente inabilitado e o primeiro-ministro, Han Duck-soo, assumiu interinamente a chefia de Estado e Governo, aguardando que o Tribunal Constitucional determine em um prazo máximo de 180 dias se o presidente violou ou não a Constituição ao declarar a lei marcial em 3 de dezembro.
Se o Tribunal Constitucional confirmar sua destituição, Yoon Suk-yeol será o segundo presidente na história da Coreia do Sul a ser destituído dessa forma, após o caso da dirigente Park Geun-hye em 2017.
No entanto, também existe um precedente em que a destituição aprovada pelo Parlamento foi invalidada dois meses depois pelo Tribunal Constitucional, como ocorreu com o presidente Roh Moo-hyun em 2004.
“Me sinto profundamente frustrado ( ) mas agora devo dar um passo para o lado por um tempo”, disse o presidente destituído após a votação. Em um discurso televisionado, ele pediu o fim da “política dos excessos e da confrontação”.
Pelo menos 200.000 manifestantes, segundo a polícia, se reuniram em frente ao Parlamento aguardando o resultado e explodiram de alegria ao conhecê-lo, conforme relataram jornalistas da AFP no local.
Em outro ponto da capital, Seul, cerca de 30.000 pessoas se concentraram em apoio ao mandatário.
Park Chan-dae, líder da principal formação opositora, o Partido Democrata, afirmou que “a destituição de hoje é uma grande vitória para o povo e a democracia”.
O presidente Yoon Suk-yeol, de 63 anos e com baixos índices de popularidade, surpreendeu o país ao anunciar a imposição da lei marcial na noite de 3 de dezembro e ao enviar o exército ao Parlamento para impedir que os deputados pudessem se reunir. O mandatário, envolvido em uma disputa com a oposição em torno dos orçamentos, acusou seus rivais políticos de se comportarem como “forças antiestatais” e disse que buscou com essa medida extrema proteger o país das “ameaças” do regime comunista da Coreia do Norte.
A decisão gerou um movimento de indignação, com milhares de manifestantes se mobilizando imediatamente e enfrentando os militares às portas do Parlamento. Os deputados conseguiram se reunir e, em questão de horas, derrubaram a lei marcial com seu voto.
(Com informações da AFP e EFE)