Economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) revisaram suas projeções para a inflação e a taxa básica de juros, prevendo aumentos mais acentuados tanto para 2024 quanto para 2025.
Economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) revisaram suas projeções para a inflação e a taxa básica de juros, prevendo aumentos mais acentuados tanto para 2024 quanto para 2025. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu de 4,89% para 4,91%, mantendo-se acima do teto da meta de inflação deste ano, de 4,50%.
As projeções, baseadas em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana, foram divulgadas no relatório “Focus” do Banco Central nesta segunda-feira (23).
A meta central de inflação para 2024 é de 3%, sendo considerada cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5%. Caso a meta não seja alcançada, o Banco Central será obrigado a enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões.
Analistas atribuem o aumento nas projeções de inflação ao aumento dos gastos públicos. Em novembro, o governo anunciou um pacote de medidas para tentar conter essas despesas, incluindo propostas para aumento mais baixo do salário mínimo, corte de gastos na área de educação, e ajustes no abono salarial e aposentadoria de militares. O pacote foi aprovado pelo Congresso na semana passada, com modificações que reduziram a expectativa de impacto nos gastos, mas, para economistas, os cortes continuam sendo considerados menores do que o inicialmente previsto.
Para 2025, a previsão de inflação foi revista para 4,84%, ante 4,60% anteriormente, também acima do teto do sistema de metas de 4,5%. Para 2026, a expectativa se manteve em 4%.
Em relação à taxa básica de juros, os economistas passaram a prever um aumento mais acentuado nos próximos anos. Na semana passada, o Banco Central elevou a Selic pela terceira vez, para 12,25% ao ano, e indicou uma nova alta no início de 2025. Para o final de 2025, a projeção é de 14,75%, ante 14%, e, para 2026, a expectativa subiu de 11,25% para 11,75%. Para 2027, a projeção para a Selic se manteve estável em 10% ao ano.
Em termos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a projeção para 2024 aumentou de 3,42% para 3,49%, após o IBGE divulgar um crescimento de 0,9% no terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado. Para 2025, a previsão de alta do PIB foi ajustada de 2,01% para 2,02%.
Outras estimativas incluem a taxa de câmbio, com o dólar projetado para encerrar 2024 em R$ 6, ante R$ 5,99 anteriormente, e para 2025, a estimativa subiu de R$ 5,85 para R$ 5,90. A balança comercial, por sua vez, deve registrar um superávit de US$ 74,3 bilhões em 2024, ante US$ 75 bilhões anteriormente, e de US$ 74,3 bilhões em 2025. Quanto ao investimento estrangeiro, a previsão para 2024 foi ajustada de US$ 70,5 bilhões para US$ 70,6 bilhões, com a estimativa para 2025 permanecendo em US$ 70 bilhões.