O presidente russo Vladimir Putin afirmou na última semana estar "pronto" para conversas com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia, que já dura quase três anos. Durante uma coletiva de imprensa de fim de ano em Moscou, Putin destacou que não tem falado com Trump há mais de quatro anos e que, por enquanto, não há planos concretos para um encontro. No entanto, ele se disse disposto a fazer "compromissos" para resolver o conflito que envolve a Ucrânia, ex-república soviética.
“Não sei quando nos encontraremos, porque ele não disse nada a esse respeito”, afirmou Putin, referindo-se ao futuro encontro com o presidente eleito dos Estados Unidos. “Não conversei com ele por mais de quatro anos. Claro, estou pronto para conversar a qualquer momento; estarei pronto para me encontrar com ele se ele desejar”, completou.
Trump, que se declarou disposto a liderar negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, afirmou, durante sua campanha eleitoral, que poderia resolver o conflito em 24 horas após assumir a presidência. No fim de semana, Trump reiterou que Putin demonstrou interesse em iniciar as negociações para o fim da guerra. "O presidente Putin disse que quer se encontrar comigo o mais rápido possível”, disse Trump em um evento em Phoenix, Arizona, destacando a urgência para encerrar a guerra. “Essa guerra é horrível, horrível”, completou.
Ainda de acordo com o Washington Post, Trump realizou uma ligação com Putin logo após sua vitória sobre a vice-presidente Kamala Harris nas eleições, na qual teria alertado o líder russo contra o aumento das tensões na Ucrânia. No entanto, o Kremlin negou que a ligação tenha ocorrido. Putin, por sua vez, reforçou que não será o líder mais fraco caso se encontre com Trump, mas ainda está disposto a fazer um acordo.
“Acredito que a Rússia se tornou significativamente mais forte nos últimos dois ou três anos”, argumentou Putin. “Por quê? Porque estamos nos tornando um país verdadeiramente soberano e dependemos muito pouco de qualquer um”, acrescentou, destacando os avanços militares russos na Ucrânia. O presidente russo afirmou também que a prontidão de combate das Forças Armadas russas é a maior do mundo.
Em relação às negociações de paz, Putin declarou que a política é a “arte do compromisso” e reiterou que a Rússia sempre esteve disposta a dialogar. “O problema é que o lado oposto, tanto literal quanto figurativamente, rejeitou as negociações”, lamentou Putin, sugerindo que a Rússia sempre esteve disposta a conversar e que o diálogo leva sempre a um compromisso.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que recentemente se reuniu com Trump em Paris, expressou disposição para ceder território à Rússia, caso isso resulte no fim da guerra. Trump, em uma coletiva de imprensa em Palm Beach, na Flórida, afirmou que já fez "um pequeno progresso" em direção a um acordo de paz, mas reconheceu que o conflito na Ucrânia será “mais difícil” de resolver do que os problemas no Oriente Médio. “É complicado. É um conflito difícil”, comentou Trump sobre a guerra na Ucrânia.
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