O médico Walter Vieira, reconduzido ao cargo de ginecologista e obstetra na Prefeitura de Nova Iguaçu, teve seu nome publicado no Diário Oficial do dia 6 de janeiro de 2025, voltando a atuar na cidade após ser afastado em outubro de 2024.
O médico Walter Vieira, reconduzido ao cargo de ginecologista e obstetra na Prefeitura de Nova Iguaçu, teve seu nome publicado no Diário Oficial do dia 6 de janeiro de 2025, voltando a atuar na cidade após ser afastado em outubro de 2024. A decisão ocorre após ele ter sido implicado no maior escândalo do programa de transplantes do Brasil, envolvendo o laboratório PCS Saleme, do qual Vieira era sócio.
O escândalo se desenrolou quando pacientes transplantados testaram positivo para HIV após receberem órgãos infectados. O nome de Walter Vieira apareceu em documentos que atestavam que os órgãos disponíveis para transplante eram provenientes de pacientes que não tinham o vírus, mas exames posteriores confirmaram que os resultados de dois pacientes foram falsificados, revelando um falso negativo. Pelo menos seis transplantados testaram positivo para HIV, o que gerou um grande impacto no programa.
Vieira foi um dos seis médicos denunciados e presos, sendo responsabilizado por crimes como falsificação de documentos, associação criminosa, infração sanitária e crimes contra a relação de consumo. Na época do escândalo, ele também exercia a função de presidente do Comitê Gestor de Vigilância e Análise do Óbito Materno Infantil e Fetal de Nova Iguaçu.
Em dezembro de 2024, todos os acusados foram soltos e irão responder em liberdade. Apesar da gravidade dos fatos, a Prefeitura de Nova Iguaçu justificou a recondução de Walter Vieira, ressaltando que ele é concursado e não houve condenação ou julgamento definitivo sobre seu caso. A defesa do médico afirmou que ele não está proibido de exercer a medicina, sendo restrito apenas em atividades relacionadas a laboratório de análises clínicas.
A Prefeitura esclareceu ainda que Walter Vieira está de férias e retornará ao cargo assim que voltar ao trabalho. Por sua parte, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que há uma sindicância aberta para investigar a conduta do médico, mas que o processo segue em sigilo. Caso as investigações confirmem irregularidades, as sanções podem variar desde advertências até a cassação do registro profissional de Walter Vieira.