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Cozinheira é chamada de "macaca" em cadastro da Magazine Luiza: "Olá, macaca"

No último sábado (4), a cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, moradora de São Paulo, foi alvo de injúria racial ao receber um e-mail de confirmação de cadastro da loja Magazine Luiza.


Foto: G1 - Globo

No último sábado (4), a cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, moradora de São Paulo, foi alvo de injúria racial ao receber um e-mail de confirmação de cadastro da loja Magazine Luiza. No campo destinado à saudação, o texto começava com “Olá, macaca”, o que deixou a cliente chocada e gerou ampla repercussão.

Susan relatou à TV Globo que estava comprando uma máquina de lavar pelo aplicativo da loja quando foi informada de que precisava atualizar alguns dados, como e-mail e senha. Após concluir o processo, a cliente recebeu uma série de e-mails automáticos confirmando a atualização, mas não os verificou imediatamente.

"No dia seguinte, fui checar o status da entrega e, ao olhar meus e-mails, um deles me chamou atenção. Foi quando percebi a saudação com a palavra ‘macaca’. Meu sentimento é de revolta, angústia e tristeza. Em pleno 2025, com tantos avanços e aprendizado sobre racismo, percebemos que ainda há muito a ser feito", desabafou a cozinheira.

A vítima registrou boletim de ocorrência por injúria racial no 50º Distrito Policial do Itaim Paulista, que está investigando o caso. Segundo Susan, uma funcionária do setor de diversidade e inclusão da Magazine Luiza entrou em contato para pedir desculpas e explicou que o cadastro original da cliente, feito em 2011, havia registrado o sobrenome como “macaca”.

"Basicamente, meu sobrenome na Magazine Luiza é 'macaca', porque alguém colocou e ninguém viu", lamentou Susan.

Em nota, a empresa lamentou profundamente o ocorrido e reforçou seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A Magazine Luiza destacou que o incidente não está relacionado ao processo de biometria, que é totalmente automatizado, e informou ter tomado medidas para evitar que situações semelhantes se repitam, como a exclusão do campo "apelido" em formulários e a criação de uma lista de palavras vetadas.

A Magazine Luiza também ressaltou ser referência em políticas de diversidade e inclusão, com 50% do quadro de colaboradores formado por pessoas negras. "Promovemos ações sistemáticas de conscientização sobre esses temas", destacou a empresa.

O caso reacendeu o debate sobre práticas de segurança em cadastros online e o combate ao racismo estrutural. Susan, que enfrenta o racismo desde a infância, questiona o impacto de tais episódios na luta por igualdade. "É um cansaço emocional lidar com isso repetidamente. Precisamos de mudanças reais, não apenas discursos".

GAZETA BRASIL

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