O total de óbitos de cavalos na cidade já chega a dez animais até a manhã desta terça-feira (7/1). Os cavalos apresentaram sintomas de envenenamento ou contaminação, e a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf) está conduzindo uma investigação para identificar a causa exata das mortes.
O mais recente caso foi registrado em uma chácara no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus, onde um cavalo conhecido como Lampião morreu após apresentar sinais neurológicos. Essa morte ocorre após a descoberta de três cavalos mortos no Haras Nilton Lins, no sábado (4/1), e outros seis casos no domingo (5/1). O local, tradicionalmente um centro de criação de cavalos, tem sido foco de atenção devido à morte de vários animais sob circunstâncias semelhantes. Muitos outros cavalos no haras também estavam doentes, com sintomas como falta de apetite e rápida perda de peso.
Em depoimentos, proprietários de cavalos relataram que os animais vivos receberam tratamento imediato com soro, mas o quadro crítico persiste. “Estamos todos muito preocupados, pois o feno consumido pelos animais parece ser a principal causa dessa tragédia”, comentou a dona de um dos cavalos que morreu após ingerir feno proveniente do Haras Nilton Lins. A proprietária revelou que seu animal também desenvolveu sintomas antes de falecer na segunda-feira (6/1).
A Adaf trabalha com a hipótese de que a ingestão de uma toxina, possivelmente uma substância semelhante ao botulismo, tenha causado o envenenamento. Técnicos da agência coletaram amostras biológicas dos animais mortos, incluindo cérebro, tronco encefálico e fragmentos da medula espinhal, para análises laboratoriais. Caso a suspeita se confirme, o próximo passo será rastrear a origem do feno contaminado para prevenir futuras mortes de outros animais.
Em resposta aos primeiros sinais da contaminação, a Universidade Nilton Lins, que administra o Haras, adotou rapidamente medidas para conter a situação e proteger os demais cavalos. As ações incluíram o isolamento da área afetada, atendimento veterinário especializado contínuo, desinfecção rigorosa do local, e a substituição da ração fornecida aos animais.
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) também iniciou investigações sobre as mortes no haras, por meio da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema). Quanto ao cavalo que morreu na chácara, a investigação epidemiológica foi iniciada na manhã de segunda-feira (6/1) para descartar doenças de notificação obrigatória e identificar a origem da possível contaminação.
GAZETA BRASIL