As forças de segurança do Rio de Janeiro realizaram, nesta quarta-feira (15), mais uma fase da Operação Torniquete nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. A ação tem como objetivo desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho, focando em familiares e operadores do fundo ilícito conhecido como “Caixinha”, que sustenta a facção por meio de crimes como roubo de veículos, furtos de cargas, extorsões e disputas territoriais.
Até o momento, seis dos 14 alvos foram presos. Um policial militar do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi baleado no ombro durante confrontos, enquanto moradores relataram intensos tiroteios na região.
Entre os procurados, Edgar Alves de Andrade, de 54 anos, conhecido como “Doca” ou “Urso”, é o principal foco da operação. Para avançar em áreas controladas pela facção, policiais precisaram recorrer a equipamentos como maçaricos para cortar um trilho de trem improvisado como cancela. Retroescavadeiras também foram mobilizadas para abrir caminho.
Apesar de relatos sobre o vazamento da operação na noite de terça-feira (14), o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, garantiu que a ação não foi prejudicada. "Já cumprimos metade dos mandados de prisão", afirmou.
As investigações revelaram um esquema sofisticado de manipulação financeira conduzido pelo Comando Vermelho. Segundo o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, foram identificadas 5 mil transações que movimentaram R$ 21 milhões, provenientes de atividades criminosas.
Os mandados de prisão preventiva foram emitidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Além disso, os 14 procurados foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Um dos alvos da operação foi morto em uma disputa de território antes da ação policial. As forças de segurança continuam trabalhando na busca pelos oito procurados restantes, enquanto os moradores enfrentam o impacto dos confrontos que marcam a operação.
GAZETA BRASIL