A Polícia Federal (PF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação na qual revela novos elementos de prova que supostamente reforçam a participação de Fábio Wajngarten, ex-assessor da Presidência da República e atual advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, na atuação de uma organização criminosa responsável pelo desvio de joias sauditas. Essas joias haviam sido entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Bolsonaro.
As evidências coletadas pela PF indicam que houve esforços para ocultar a localização real dos bens, que foram posteriormente leiloados, além de ações para possibilitar a reintrodução de um “kit saudita” em território nacional. A conclusão foi alcançada após a análise do celular de Marcelo Câmara, outro ex-assessor de Bolsonaro, onde foi encontrada uma procuração não assinada que indicava Wajngarten como representante legal de Bolsonaro em processos no Tribunal de Contas da União (TCU).
O documento, que confere a Wajngarten amplos poderes, destaca a possibilidade de utilização de rotas internacionais para o transporte e devolução das joias. Segundo a PF, esse detalhe comprova que os bens desviados estavam no exterior, desmentindo declarações de que as joias estariam sob a guarda do ex-presidente em sua residência oficial, a Fazenda Piquet, em Brasília.
Além de Fábio Wajngarten, outros envolvidos na investigação incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro e diversos ex-assessores e ministros. Em julho de 2024, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, entre outros, sob a acusação de peculato. A investigação aponta que os investigados utilizaram recursos do Estado brasileiro para vender bens de alto valor, recebidos de autoridades estrangeiras, sem seguir as regras legais para a guarda e destino desses itens.
Em agosto de 2023, uma operação da PF resultou na apreensão de materiais relacionados aos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A investigação revelou que os bens foram vendidos no exterior, e os lucros obtidos com a operação teriam sido transferidos para o patrimônio pessoal dos envolvidos por meio de intermediários, com o objetivo de ocultar a origem dos recursos e evitar o uso do sistema bancário formal.
A Polícia Federal ainda não divulgou os valores exatos obtidos com a venda das joias, mas a investigação continua em andamento. Até o momento, Fábio Wajngarten não se manifestou sobre as novas provas apresentadas pela PF.
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