O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a política comercial de outros países, incluindo o Brasil, ao discursar nesta segunda-feira (27/1) em um encontro com republicanos na Flórida. Trump afirmou que o Brasil é um "tremendo criador de tarifas" e justificou a necessidade de impor medidas econômicas severas contra nações que, segundo ele, prejudicam os interesses dos EUA.
"Vamos colocar tarifas em outros países e pessoas de fora que realmente querem nos prejudicar. Eles querem nos prejudicar, mas eles basicamente querem tornar seu país bom. Olhem o que os outros fazem. A China é um tremendo criador de tarifas e a Índia e Brasil, tantos países", listou Trump.
No discurso, Trump afirmou que a criação de tarifas para outros países é uma maneira de "sempre colocar a América em primeiro lugar". "Vamos estabelecer um sistema muito justo em que o dinheiro vai entrar em nossos cofres, e a América vai ser muito rica novamente. E vai acontecer muito rapidamente", alertou.
Trump também mencionou que a política econômica externa de seu governo retornará ao passado, quando o país era mais rico. "É hora dos Estados Unidos voltarem para o sistema que nos tornou mais ricos e mais poderosos do que nunca. Você sabe, os Estados Unidos entre 1870 e 1913 taxavam tudo. E esse foi o período mais rico da história dos Estados Unidos", disse.
Tensão com a Colômbia
Enquanto discursava sobre tarifas, o governo Trump também lidava com uma crise diplomática envolvendo a Colômbia. No domingo, o governo colombiano, liderado pelo presidente Gustavo Petro, recusou dois voos de deportação previamente autorizados que transportavam migrantes. Em resposta, Trump anunciou sanções severas, incluindo tarifas de 25% sobre produtos colombianos, com a possibilidade de aumento para 50% em uma semana.
Outras medidas incluíam a revogação de vistos para altos funcionários colombianos e seus familiares, a suspensão da emissão de vistos pela embaixada dos EUA em Bogotá e controles aduaneiros reforçados para mercadorias e cidadãos colombianos.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, comentou sobre o impasse, afirmando que a retaliação foi um "aviso" à Colômbia e a outros países. "Tratou-se de lembrar à Colômbia que há um preço a pagar se você vai contra seus acordos", disse Bruce à Fox News.
No entanto, horas após o anúncio das sanções, a Casa Branca confirmou que a Colômbia havia recuado. O governo colombiano aceitou os termos do acordo e concordou em receber todos os deportados, inclusive em voos militares.
Retomada da cooperação
Na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia informou que enviou dois aviões para buscar os migrantes. Um dos voos, operado pela Força Aérea Colombiana (FAC), transportou 110 colombianos dos Estados Unidos. Segundo o comunicado oficial, a operação contou com a presença de representantes de Migração Colômbia, do Ministério das Relações Exteriores e de equipes médicas para garantir o respeito aos direitos dos repatriados e seu acompanhamento de saúde.
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