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Estudo revela que uso frequente de cannabis pode prejudicar funções cerebrais, afetando memória e tomada de decisão

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (28) revelou que quase dois terços das pessoas que usam cannabis regularmente podem sofrer problemas relacionados ao funcionamento cerebral.

Por Comando da Notícia

28/01/2025 às 16:53:42 - Atualizado há
Foto: Gazeta Brasil

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (28) revelou que quase dois terços das pessoas que usam cannabis regularmente podem sofrer problemas relacionados ao funcionamento cerebral. A pesquisa, conduzida por cientistas dos Estados Unidos, monitorou mais de 1.000 jovens adultos e constatou que 63% dos usuários pesados de cannabis apresentaram redução da atividade cerebral durante tarefas de memória. Esse número foi ainda mais alarmante entre os usuários recentes, chegando a quase sete em cada dez participantes.

Apesar dos defensores da cannabis frequentemente alegarem que a substância é segura por ser “natural”, os pesquisadores alertam para os riscos do uso contínuo da droga. O estudo, considerado o maior de seu tipo, reuniu 88 participantes classificados como usuários pesados, 179 usuários moderados e 736 pessoas que não usavam cannabis. Os usuários pesados foram definidos como aqueles que consumiram a droga mais de 1.000 vezes ao longo da vida.

A atividade cerebral dos participantes foi analisada por meio de ressonância magnética (RM), enquanto todos realizavam sete tarefas diferentes, que testaram memória de trabalho, resposta emocional, linguagem, habilidades motoras e outras atividades cognitivas. Durante as tarefas de memória de trabalho, 63% dos usuários pesados mostraram redução da atividade cerebral, o que os cientistas afirmam ser “muito improvável de ser apenas uma coincidência”.

Os pesquisadores observaram que os usuários pesados apresentaram menor atividade cerebral em áreas específicas do cérebro, como o córtex pré-frontal dorsolateral, o córtex pré-frontal dorsomedial e a ínsula anterior, regiões associadas a funções cognitivas importantes, como tomada de decisões, memória, atenção e processamento emocional. Um efeito semelhante foi observado entre os usuários moderados de cannabis, mas com menor intensidade nas demais tarefas.

Em um artigo publicado na JAMA Network Open, os pesquisadores destacaram a necessidade de educar os usuários de cannabis sobre as consequências do uso recente e pesado da droga em tarefas cognitivas exigentes, como a memória de trabalho. Eles sugeriram que os usuários regulares de cannabis considerem reduzir seu consumo e que, possivelmente, busquem tratamento.

Dr. Joshua Gowin, professor assistente de radiologia na Universidade do Colorado e coautor do estudo, enfatizou que o aumento do uso de cannabis ao redor do mundo torna ainda mais urgente a compreensão dos efeitos da substância na saúde humana. “Ao fazer isso, podemos fornecer uma visão mais completa dos benefícios e riscos do uso da cannabis, capacitando as pessoas a tomar decisões informadas sobre o consumo”, afirmou.

Embora algumas das tarefas também tenham indicado possíveis prejuízos cognitivos, foi durante a tarefa de memória de trabalho que os efeitos foram estatisticamente significativos. Dr. Gowin alertou ainda para a necessidade de mais estudos, especialmente sobre como o uso prolongado da cannabis afeta diferentes faixas etárias e o tempo de duração desses efeitos.

Este estudo surge em meio a dados do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, que indicam um aumento no número de hospitalizações entre idosos devido ao uso de cannabis. Entre abril de 2023 e março de 2024, mais de 2.700 adultos com 65 anos ou mais foram internados devido a reações adversas ou overdoses relacionadas ao uso da droga, o que representa um aumento de 56% em relação aos níveis pré-pandemia.

A cannabis continua sendo a droga mais popular entre os jovens de 16 a 59 anos na Inglaterra e no País de Gales, com maior prevalência entre os jovens de 20 a 24 anos. De acordo com dados oficiais, mais de um quarto dos jovens adultos entrevistados entre abril de 2023 e março de 2024 afirmaram ter consumido maconha em algum momento de suas vidas.

No Reino Unido, o uso medicinal da cannabis foi legalizado quase sete anos atrás, disponível no NHS para controle de convulsões, dor crônica e condições degenerativas, como esclerose múltipla. No entanto, apenas 110 prescrições foram emitidas nos últimos cinco anos. Já as prescrições privadas de cannabis aumentaram drasticamente, chegando a quase 180.000 no ano passado.

Nos Estados Unidos, o uso recreativo da cannabis também aumentou significativamente, com a legalização em 24 estados, o que levou a uma maior compreensão sobre os impactos da substância no cérebro. Pesquisas indicam que o uso prolongado e regular pode afetar negativamente áreas chave do cérebro, resultando em doenças mentais graves, como esquizofrenia, insônia, transtorno de ansiedade social e pensamentos suicidas.

Diante dos resultados do estudo, especialistas recomendam cautela e maior conscientização sobre os efeitos do uso constante de cannabis, especialmente em relação à saúde cerebral a longo prazo.

Fonte: GAZETA BRASIL
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