Trump defende tarifas comerciais e afirma que "dor" será compensada com a "Era Dourada da América"

O presidente Donald Trump defendeu neste domingo (2) sua decisão de impor amplas tarifas sobre os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, apesar de reconhecer que pode haver “alguma dor” causada pelas consequências econômicas. A declaração foi feita em sua rede social, após ele ter aprovado tarifas de 25% sobre o Canadá e o México, e de 10% sobre a China, o que provavelmente desencadeará uma significativa guerra comercial.

Trump rebateu as críticas, argumentando que a decisão era necessária devido aos grandes déficits comerciais com esses países. “O 'Lobby das Tarifas', liderado pelo Globalista, e sempre errado, Wall Street Journal, está trabalhando arduamente para justificar países como Canadá, México, China, e muitos outros, para continuarem o ROUBO DURANTE DÉCADAS DA AMÉRICA, tanto em relação ao COMÉRCIO, CRIME E DROGAS VENENOSAS que são permitidas fluir livremente para a AMÉRICA”, postou Trump de sua residência em Mar-a-Lago. “ESSES DIAS ACABARAM!”. Trump argumentou que, se as empresas fabricassem seus produtos nos Estados Unidos, não haveria tarifas. “Esta será a Era Dourada da América!” Trump continuou. “Haverá alguma dor? Sim, talvez (e talvez não!). Mas faremos a América grande novamente, e tudo valerá o preço que deve ser pago. Somos um país que agora está sendo governado com bom senso — e os resultados serão espetaculares!!!”

Em uma publicação subsequente, Trump afirmou que os EUA não precisam de produtos canadenses e sugeriu que o Canadá “deveria se tornar nosso estimado 51º estado”. Autoridades canadenses repetidamente rejeitaram a sugestão de Trump de que os EUA poderiam anexar o Canadá. No sábado, o presidente assinou as tarifas sobre o México, Canadá e China que entrarão em vigor na terça-feira. As importações de energia canadense serão tarifadas apenas em 10%. As ordens assinadas por Trump não contêm exceções e incluem uma cláusula que adverte que Trump poderá aumentar as tarifas se os países-alvo retaliarem.

A medida provocou respostas rápidas de todas as três nações. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse na noite de sábado que o Canadá imporia tarifas de 25% sobre mais de US $100 bilhões em produtos norte-americanos. O provável sucessor de Trudeau, Pierre Poilievre, classificou as tarifas de Trump como “injustas e injustificadas” e pediu uma resposta “dólar por dólar”. A presidente mexicana Claudia Sheinbaum afirmou em uma publicação na plataforma X em espanhol que sua equipe estava trabalhando em uma resposta que incluía medidas para defender os interesses do país, embora as etapas específicas não estivessem imediatamente claras. O Ministério do Comércio da China disse que abriria um processo legal contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio.