Em sua primeira entrevista desde passar por uma cirurgia cerebral para remover um tumor, Davina McCall emocionou-se ao relembrar a experiência. A estrela de 57 anos, conhecida por seu trabalho na TV, recebeu grande apoio após revelar que foi submetida a uma cirurgia para remover um tumor benigno de 14 mm de seu cérebro em novembro de 2024.
Durante o relato, em entrevista ao apresentador Steven Bartlett, do podcast The Diary of a CEO, Davina não conseguiu segurar as lágrimas. Com a voz embargada, ela compartilhou: “Eu senti como se essa coisa tivesse tomado controle de mim.” A apresentadora, visivelmente emocionada, falou sobre o momento em que acordou após a cirurgia, sem lembrar exatamente onde estava. Ela revelou seu medo de perder parte de sua identidade devido à operação, dizendo: “Você percebe que sua personalidade é sua memória de curto prazo.” No entanto, ela destacou com alívio o momento em que percebeu: “Ainda estou aqui. Recomecei.”
O Tumor Raro e Benigno
Em novembro de 2024, Davina compartilhou com seus seguidores nas redes sociais que, após um exame de saúde, descobriu ter um tumor cerebral benigno chamado cisto coloide, um crescimento raro que afeta cerca de três pessoas a cada milhão. “Há alguns meses, fiz uma palestra sobre menopausa e me ofereceram um exame de saúde em troca, que eu pensei que iria passar tranquilamente. Mas, para minha surpresa, descobri o tumor”, contou. “Relutei em agir, mas depois de consultar vários neurocirurgiões, percebi que precisava removê-lo.”
O cisto coloide é um saco benigno cheio de líquido que cresce no terceiro ventrículo do cérebro. Embora esses tumores possam crescer lentamente e não causar sintomas inicialmente, eles podem gerar complicações à medida que aumentam de tamanho. Isso ocorre porque o tumor pode pressionar áreas do cérebro, provocando dores de cabeça, sonolência e problemas de visão.
A Cirurgia e os Sintomas
Davina não revelou se sentiu sintomas diretamente relacionados ao tumor, mas explicou que o crescimento já era considerável e poderia causar sérios problemas se continuasse a aumentar. “É grande para o espaço. Preenche o espaço”, explicou. “Tem 14 mm de largura e precisa ser removido, porque, se crescer, será ruim. Então, vou removê-lo através de uma craniotomia.” A cirurgia envolveu a remoção do cisto com uma craniotomia, onde o cirurgião passa por uma abertura no topo da cabeça para retirar o tumor.
Sintomas Comuns de Tumores Cerebrais Benignos
Embora os sintomas de tumores cerebrais benignos possam ser sutis, é importante estar atento a sinais que podem indicar a presença de um crescimento no cérebro. De acordo com a Mayo Clinic e o NHS, alguns sinais comuns incluem:
- Novas dores de cabeça persistentes, especialmente pela manhã ou ao se dobrar ou tossir
- Cansaço extremo
- Problemas de memória ou confusão em questões cotidianas
- Dificuldades auditivas
- Sentir fome ou ganho de peso inexplicáveis
- Sonolência excessiva
- Problemas de visão, como visão embaçada ou perda temporária de visão
- Alterações no equilíbrio, como tontura ou vertigem
- Perda de sensação ou movimento em um braço ou perna
- Mudanças no comportamento ou na personalidade
Se você apresentar algum desses sintomas, é fundamental consultar um médico para um diagnóstico adequado. Caso seja necessário, o médico pode encaminhar o paciente a um neurologista para investigação adicional. O tamanho e a localização do tumor no cérebro determinam os sintomas e suas consequências.
A Realidade do Diagnóstico de Tumores Cerebrais
O diagnóstico de um tumor cerebral, embora muitas vezes assustador, não significa necessariamente que seja maligno. De fato, muitos tumores cerebrais são benignos, mas podem ainda assim causar complicações significativas. Os tumores do Sistema Nervoso Central representam cerca de 1,5% todos os registros de câncer no mundo. A grande maioria deles (cerca de 88%) é no cérebro, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Aqui no Brasil, são cerca de 11 mil casos anuais da doença. De acordo com a Brain Tumour Charity, tumores cerebrais são a principal causa de morte por câncer em crianças e adultos com menos de 40 anos, e reduzem a expectativa de vida média em 27 anos. Apenas 12% dos adultos sobrevivem cinco anos após o diagnóstico.
A coragem de Davina em compartilhar sua experiência pode ser uma inspiração para outras pessoas que enfrentam condições de saúde semelhantes, lembrando a importância de buscar ajuda médica e enfrentar os desafios com resiliência.
GAZETA BRASIL