Uma denúncia do Ministério Público de São Paulo revelou que o cantor e ex-vereador Netinho de Paula manteve uma relação de empréstimos com Ademir Pereira de Andrade, um agiota vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Uma denúncia do Ministério Público de São Paulo revelou que o cantor e ex-vereador Netinho de Paula manteve uma relação de empréstimos com Ademir Pereira de Andrade, um agiota vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A denúncia aponta também a participação de 12 pessoas, incluindo oito policiais civis, por envolvimento com a facção criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, corrupção e outros crimes.
A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi iniciada a partir de delações de Vinicius Gritzbach, ex-integrante do PCC, que foi executado no ano passado. Embora Netinho ainda não seja investigado diretamente, ele foi citado nas investigações devido à relação com Ademir, que atuava como operador financeiro da facção.
A denúncia inclui diálogos entre Netinho e o agiota, obtidos pela polícia através de uma quebra de sigilo telemático, em que o cantor confirma empréstimos de R$ 500 mil e R$ 2 milhões. Em uma das mensagens, Netinho diz: “As questões dos juros eu vou pagando para você o que for dando aí, pode ficar tranquilo tá bom?”. Além disso, conversas entre Netinho e Ademir mostram articulações para favorecer membros do PCC que estavam presos, incluindo detalhes sobre inspeções em presídios e visitas de comissões de direitos humanos.
Em entrevista ao Portal Leo Dias, Netinho afirmou que conhecia Ademir há oito anos e que este era seu fã. O cantor também disse que ficou surpreso ao descobrir a relação de Ademir com o PCC e negou envolvimento com a facção.
O MP pediu que os acusados paguem uma indenização de R$ 40 milhões devido aos danos causados pelos crimes, incluindo o ressarcimento por dano moral coletivo e dano social. A investigação revelou que policiais civis e empresários usaram a estrutura do Estado para enriquecer de maneira ilícita e proteger o crime organizado, criando uma “relação simbiótica” entre agentes públicos e criminosos.