Departamento de Educação de Trump coloca 60 universidades sob investigação por antissemitismo

O braço de direitos civis do Departamento de Educação dos Estados Unidos alertou, nesta segunda-feira (10), 60 faculdades e universidades sobre a possibilidade de perderem o financiamento federal devido a casos de discriminação e assédio antissemitas em seus campi. Segundo o New York Post, a lista inclui seis das oito instituições da Ivy League — Brown, Columbia, Cornell, Harvard, Princeton e Yale — além de escolas locais como Rutgers, Rutgers-Newark, Sarah Lawrence, três campi da Universidade do Estado de Nova York, The New School e Wellesley.

Também foram mencionadas instituições proeminentes do Nordeste, como Emerson College em Boston, Lafayette College, Lehigh University, Muhlenberg College e Swarthmore College na Pensilvânia, e Middlebury College em Vermont.

Em um comunicado, a Secretária de Educação, Linda McMahon, expressou sua decepção: "O Departamento está profundamente desapontado que estudantes judeus em universidades de elite nos Estados Unidos continuem a temer por sua segurança diante de erupções antissemitas implacáveis que têm prejudicado severamente a vida no campus há mais de um ano. Os líderes universitários devem fazer mais".

O alerta vem três dias após a força-tarefa federal sobre antissemitismo da administração Trump ter retirado US$ 400 milhões em contratos e subsídios da Universidade de Columbia, em resposta aos protestos antissemitas que seguiram o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

De acordo com o Título VI da Lei dos Direitos Civis, as instituições de ensino superior não podem receber fundos federais se participarem ou permitirem discriminação com base em raça, origem nacional ou outras características.

O Departamento de Educação, desde que iniciou investigações sobre antissemitismo nos campi, já começou a monitorar ou investigar 55 instituições adicionais. A resposta da agência segue uma ordem executiva assinada pelo então presidente Trump, que orientou a ação contra a discriminação antissemitista nas universidades americanas.

Além disso, o Departamento de Estado está avaliando a possibilidade de revogar vistos de estudantes estrangeiros que apoiaram o Hamas ou cometeram crimes durante os protestos anti-Israel.

Em outro movimento, o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) prendeu Mahmoud Khalil, ex-aluno de Columbia e líder do grupo Columbia United Apartheid Divest (CUAD), com a intenção de deportá-lo.

A pressão sobre as universidades também se reflete na área financeira. Harvard anunciou o congelamento de contratações devido à incerteza sobre o financiamento federal para pesquisas, com o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) implementando medidas de contenção em todo o governo.

Na terça-feira, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) anunciaram o corte de cerca de US$ 250 milhões em fundos para a Universidade de Columbia, em resposta à falta de ação da instituição frente ao assédio contínuo aos estudantes judeus.

A lista completa de instituições de ensino superior notificadas inclui: Universidade Americana, Universidade do Estado do Arizona, Universidade de Boston, Brown, Cal State-Sacramento, Chapman University, Columbia, Cornell, Drexel, Eastern Washington, Emerson College, George Mason, Harvard, Illinois Wesleyan, Indiana, Johns Hopkins, Lafayette, Lehigh, Middlebury, Muhlenberg, Northwestern, Ohio State, Pacific Lutheran, Pomona College, Portland State University, Princeton, Rutgers, Rutgers-Newark, Santa Monica College, Sarah Lawrence, Stanford, SUNY-Binghamton, SUNY-Rockland, SUNY-Purchase, Swarthmore, Temple University, The New School, Tufts, Tulane, Union College, UC-Davis, UC San Diego, UC Santa Barbara, Cal-Berkeley, Cincinnati, Universidade do Havai, UMass-Amherst, Michigan, Minnesota, North Carolina, South Florida, USC, Universidade de Tampa, Tennessee, Virgínia, Universidade de Washington, Universidade de Wisconsin, Wellesley, Whitman College e Yale.