O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), assegurou que os acordos firmados entre os partidos para a escolha das presidências das comissões permanentes da Casa serão respeitados. A declaração foi dada na noite desta terça-feira (11), antes de um encontro com a nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Motta reconheceu que divergências entre os partidos são naturais durante o processo de escolha, mas destacou que cabe à presidência da Câmara mediar os interesses e buscar um consenso. "Sempre digo que nenhum líder se senta à mesa e sai 100% satisfeito, porque a ordem de escolha possibilita que vá se priorizando o que é importante para cada partido e, no final, monta-se a divisão dentro do que é possível fazer", afirmou.
Um dos pontos de tensão envolve a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. O PL, que tem direito a cinco escolhas, manifestou interesse em liderar o colegiado, mas enfrenta resistência do PT, que se opõe à indicação do parlamentar.
Motta minimizou a controvérsia, afirmando que a distribuição das comissões segue critérios regimentais baseados no tamanho das bancadas. "Não acredito que seja uma crise, porque essa distribuição [de comissões] é algo conhecido por todos, é uma praxe regimental e isso se dá pelo tamanho de cada bancada, não dá para interferir. Vamos cumprir o que tem de ser cumprido, sempre tentando fazer da forma mais harmônica possível", declarou.
Comissão de Constituição e Justiça
O presidente da Câmara também abordou a disputa pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), uma das mais importantes da Casa. Apesar do interesse do PL em reassumir a presidência, Motta destacou que um acordo firmado no início da legislatura impede que o partido ocupe o cargo novamente. No último ano, a CCJ foi presidida pela deputada Caroline de Toni (PL-SC). "Há acordo prévio e vou fazer valer", reiterou.
Instalação dos Colegiados
A expectativa é que as comissões sejam instaladas na próxima semana, após a conclusão das negociações entre os partidos. Motta reforçou seu papel como mediador e destacou a importância de manter a harmonia no processo. "A ideia é que os colegiados sejam instalados na próxima semana", concluiu.
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