Na última quarta-feira (12), o Grupo Especial de Reação (GER) da Polícia Civil de São Paulo prendeu Matheus De Aguiar Avelino, de 24 anos, em frente à sua residência no bairro de São Rafael, na capital paulista. Ele é acusado de terrorismo, posse ilegal de armas e tentativa de homicídio contra os agentes, aos quais atacou com um punhal durante a abordagem. A denúncia foi feita pelo próprio pai, preocupado com a radicalização religiosa do filho.
Na casa de Matheus, a polícia apreendeu um arsenal que incluía munições calibre 12, rifles artesanais, duas bestas com flechas, facas, punhais, dois exemplares do Alcorão e bandeiras do Estado Islâmico (ISIS). Além disso, um diário encontrado no local revelou planos de ataques suicidas e declarações extremistas. "Quero matar muitos ricos, poderosos, governantes e militares. Espero ter uma morte muito violenta, como a de um mártir", escreveu o jovem.
Investigação e Radicalização
Durante o interrogatório, Matheus afirmou ter se convertido ao islamismo em outubro de 2022 e declarou que planejava um atentado suicida contra uma sede da Polícia Federal em São Paulo. Ele também admitiu ter sido influenciado por operações policiais contra células do ISIS no Brasil, o que o motivou a fabricar armas e planejar ataques.
O caso de Matheus não é isolado e reacende o alerta sobre a radicalização online de jovens na América Latina. Recentemente, um adolescente uruguaio de 14 anos foi detido por ameaçar atacar uma sinagoga em Montevidéu em nome do ISIS. No Brasil, em 2023, Fábio Samuel Da Costa Oliveira, de 19 anos, foi condenado a sete anos de prisão por terrorismo após tentar embarcar para a Turquia para se juntar ao Estado Islâmico.
Redes Extremistas e Propaganda Online
A investigação aponta para o uso de plataformas digitais por grupos extremistas, como o Comando 860 e a Fundação Al-Saqri para a Ciência Militar, ligados ao ISIS. Esses grupos compartilham manuais de guerrilha, fabricação de explosivos e propaganda terrorista. Segundo especialistas, essas redes conectam simpatizantes de língua portuguesa e espanhola na América Latina, Espanha e África, promovendo ataques e recrutamento.
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