O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, realizou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 8, e anunciou que a sigla fará oposição ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante sua fala, o mandatário reafirmou sua lealdade ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e rechaçou a possibilidade de integrar o futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A maioria dos deputados e senadores escolhidos pela nação são defensores dos mesmos ideais que o Partido Liberal defende. Ideais e valores que foram liderados com a chegada do presidente Bolsonaro ao nosso partido. Portanto, o PL não renunciará às suas bandeiras de ideais, será oposição aos valores comunistas e socialistas, será oposição ao futuro presidente”, declarou Valdemar após destacar a atuação econômica do atual governo. O posicionamento coincide com o resultado eleitoral obtido pela legenda, já que, ao abrigar figuras notórias do bolsonarismo, a sigla conquistou a maior bancada do Congresso Nacional, com 99 cadeiras na Câmara dos Deputados e 14 senadores, sendo seis destes eleitos neste ano.
A oposição do Partido Liberal com o Partido dos Trabalhadores foi antecipada pela equipe de reportagem da Jovem Pan e o entendimento já era uma questão antecipada por parlamentares da sigla. Em entrevista à Jovem Pan, o deputado federal reeleito Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que o PL será o “maior partido de oposição da história do país” e rechaçou qualquer aproximação com os petistas. Já o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) adiantou que fará uma “oposição ferrenha” à governança de Lula. O líder do governo Bolsonaro no Senado, senador Carlos Portinho (PL-RJ), pontuou que a oposição ocorre pois trata-se de dois lados antagônicos. “Ficou muito claro o que nos distingue, tanto o presidente Bolsonaro em relação ao seu adversário eleito, o presidente Lula, mas também o que pensam os parlamentares da base [do atual governo] em relação aos nossos adversários. É uma oposição orgânica, natural, porque somos a favor do Estado mínimo, eles são a favor do Estado inchado, do aumento dos ministérios. Porque somos a favor da reforma trabalhista, enquanto o outro lado quer rever todas as reformas que foram levadas adiante nos governos passados”, argumentou. Dez anos atrás, Valdemar era aliado do Partido dos Trabalhadores e chegou a ser preso após a revelação do Mensalão, um esquema de corrupção envolvendo a compra de votos parlamentares.