A maior produtora de óleo de palma da América Latina é brasileira: é a BBF – Brasil BioFuels, que no país também é pioneira no uso do insumo para produção de combustíveis renováveis. A BBF nasceu em 2008 com o objetivo de mudar a matriz energética da região Norte, criando empregos, gerando renda e reduzindo o custo da energia elétrica para a população nortista — tudo isso a partir de uma matriz sustentável e limpa, substituindo o uso de óleo diesel fóssil por biodiesel feito a partir de óleo de palma. A atuação do grupo no agronegócio segue um modelo verticalizado: começa no cultivo da palma de óleo, passa pela comercialização, pela produção de biocombustíveis e finaliza com a geração de energia elétrica renovável para mais de 140 mil clientes da região Amazônica. Atuando de maneira integrada, o Grupo BBF possui três unidades de negócios: BBF Agro, BBF Biocombustíveis e BBF Energia, aproveitando toda a cadeia produtiva, gerando renda e preservação ambiental.
Os primeiros hectares de palma de óleo foram cultivados pela BBF na cidade de São João da Baliza, em Roraima, há 14 anos. Pioneira e consagrada no setor, a empresa cresceu rápido: hoje, estamos falando da maior produtora de óleo de palma da América Latina, com mais de 68 mil hectares plantados — sendo 8,3 mil hectares em São João da Baliza (Roraima) e 60,4 mil hectares no Pará, em quatro polos de produção agrícola localizados nos municípios de Acará, Concórdia, Moju e Tomé-Açu, adquiridos por meio da aquisição da Biopalma da Amazônia, anteriormente controlada pela Vale, no fim de 2020. São produzidas mais de 200 mil toneladas de óleo de palma anualmente.
No Brasil, a BBF é pioneira no uso do óleo de palma para produção de biocombustíveis renováveis. No entanto, o óleo de palma é um dos tipos de óleo mais consumidos pela humanidade e utilizado globalmente em diversos segmentos, como alimentício, higiênico e cosmético. É também conhecido como o famoso azeite de dendê, muito comum na culinária tradicional do Nordeste.
A BBF desenvolve todas as suas atividades na mesma região, possuindo ativos nos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. No Norte do Brasil, a palma de óleo pode ser cultivada de forma sustentável e em abundância. A geração de energia alternativa, produto final da cadeia, é extremamente necessária na região. Existem 31 milhões de hectares aptos ao cultivo da palma de óleo na região Amazônica.
A escolha dessa matéria-prima para produção de biocombustíveis é baseada em diversos fatores. Entre eles, o rendimento do cultivo — a oleaginosa possui um dos maiores índices de produtividade do mundo, chegando a atingir uma média anual de 5 toneladas de óleo por hectare — no comparativo com a soja, a mais utilizada para a produção de biodiesel no Brasil, a vantagem é larga, uma vez que ela produz somente cerca de 0,4 toneladas anuais de óleo por hectare.
Há outros pontos relevantes nesse sentido: o cultivo da palma apresenta um balanço positivo em termos de emissões de carbono e gera empregos no campo, já que tanto o plantio como a colheita não podem ser mecanizados e fixam o homem no campo. É um auxílio direto ao bioma amazônico. Com os 68 mil hectares de palma de óleo cultivados na região Amazônica, a BBF captura mais de 421 mil toneladas de carbono atualmente. Outro dado interessante é a retirada de mais de 106 milhões de litros de diesel fóssil por ano, uma vez que a energia elétrica gerada pela BBF é produzida a partir de biocombustíveis de óleo de palma — que é totalmente natural — em substituição ao diesel fóssil.
O Brasil se destaca como exemplo de produção sustentável da palma, na contramão do que acontece em outros países, onde o cultivo acabou sendo nocivo às florestas. Desde 2010, o Ministério do Meio Ambiente possui o Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, no qual estabeleceu o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo (decreto 7.712 de 7 de Maio de 2010). Na prática, a iniciativa proíbe a derrubada da floresta para essa cultura e determina que o cultivo seja feito apenas em áreas previamente aprovadas e que tenham sido desmatadas, no máximo, até 2007. Ou seja: a medida inibe novos desmatamentos, ao mesmo tempo que encontra uma solução para minimizar os erros passados. O objetivo é que o equilíbrio ecológico seja reestabelecido nessas áreas.
A palma de óleo tem um cultivo perene, os frutos são colhidos enquanto a árvore, adulta, continua no solo. A BBF segue as melhores práticas internacionais para o manejo sustentável da palma, com monitoramento contínuo no entorno das áreas de atuação e seguindo à risca os indicadores estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Ou seja, é um trabalho que respeita os principais pilares da empresa: compromisso com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, geração de renda e desenvolvimento sócio-econômico. “Esse é o tripé de qualquer negócio em que entramos”, define Milton Steagall, CEO do Grupo BBF.
As áreas agrícolas e industriais do grupo estão presentes nos Estados do Pará e Roraima, gerando mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos, fazendo da empresa uma das maiores empregadoras no Norte do país e impulsionadora do desenvolvimento sócio-econômico da região como um todo. O cultivo da palma se revelou um verdadeiro vetor de renda e crescimento da região. “O cultivo nessa região não ia além do básico para a sobrevivência, do uso no dia a dia. Os índices de desenvolvimento social eram muito baixos e não havia assistencialismo, só programas pontuais, normalmente em anos eleitorais. Depois, as comunidades ficavam à própria sorte. Estamos falando de muita gente, área degradada e demanda por consumo de energia. Trabalhamos em cima dessa equação. É preciso lembrar que são brasileiros que têm os mesmos direitos que todos nós. O que fizemos foi recuperar a área degradada com uma cultura perene e utilizar a mão de obra dos locais — assim, eles trabalham no projeto e consomem o resultado disso diretamente em suas casas, com a energia elétrica limpa que geramos em nossas usinas”, destaca o CEO.
Mas o trabalho vai além da geração de emprego e renda. Por meio do programa de Agricultura Familiar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a BBF incentiva mais de 350 famílias no Estado do Pará. Entre as atividades, estão o fornecimento de mudas, assistência técnica, auxílio para crédito bancário, estímulos à melhoria contínua e garantia de compra dos grupos a preços competitivos do mercado, em um estímulo para que os pequenos agricultores façam uso da terra e sejam devidamente remunerados por isso. Eles plantam, colhem e têm renda garantida. Além disso, a BBF realiza interface e diálogo contínuo com comunidades indígenas e quilombolas, investindo em infraestrutura e serviços no entorno de suas operações. Desde que a BBF assumiu as operações no Pará, em novembro de 2020, os investimentos em infraestrutura e benfeitorias para as comunidades se intensificaram. Entre as ações feitas, a construção de oito pontes, manutenção de mais de 370 quilômetros de estradas vicinais e dezenas de obras que impactaram mais de 6.500 famílias que residem na região.
Hoje o vetor principal da vertical agro da BBF é o cultivo sustentável da palma de óleo, mas os planos de ampliação já são concretos. “Vamos avançar no cultivo de outras espécies — entre elas, o cacau. Preparamos um modelo ainda inédito para o cultivo da fruta, que será na sombra da palma, também apoiando a recomposição do solo, a captura do carbono e a recuperação de áreas degradadas. Essa produção tem potencial de ser a maior do mundo em cinco anos, seguindo o Sistema Agroflorestal de Cacau”, adianta Steagall.
Outro projeto já em andamento foi a inauguração de uma nova usina extrusora de soja no município de Paragominas, localizado no sudeste do Estado do Pará. O objetivo do grupo com a nova extrusora é suprir a demanda local pelo farelo de soja para nutrição animal, bem como baratear o custo do produto no Estado. Além da fabricação da sua própria linha de produtos, a empresa disponibilizará sua estrutura para que produtores locais possam processar sua soja na nova extrusora da BBF. “O Estado do Pará vem crescendo ano a ano sua participação na produção de soja no Brasil e a BBF, atenta a essa tendência, investe em um novo ativo agroindustrial para acelerar a produção dos derivados de soja na região, proporcionando produtos de alta qualidade e custo competitivo”, destaca o CEO. O produto da nova extrusora da BBF se destaca por ter em sua composição maior valor energético, com cerca de 12% de óleo (extrato etéreo), e a garantia de 41% de proteína vegetal.